ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00866</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Novos Olhares sobre A Feira de Caruaru</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;ELIZABETH KARINE MAGALHAES BARBOSA (CENTRO UNIVERSITARIO TABOSA DE ALMEIDA); Diogenes José Pereira Barbosa (CENTRO UNIVERSITARIO TABOSA DE ALMEIDA); Cristina Vila Nova de Vasconcelos (CENTRO UNIVERSITARIO TABOSA DE ALMEIDA)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Caruaru, Cultura, Feira de Caruaru, Fotojornalismo, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A composição A Feira de Caruaru, de autoria de Onildo Almeida, foi gravada há exatas seis décadas por Luiz Gonzaga. Com intuito de promover uma análise sobre o cenário retratado na música, este trabalho se propõe a construir e contribuir, através da linguagem fotográfica, uma reflexão sobre a riqueza artístico-cultura presenta na letra da canção. Apresenta-se um conjunto de fotografias produzidas por estudantes de Jornalismo, como oportunidade de prática-reflexiva enquanto acadêmicos, mas também de colaborar para a análise do cenário artístico-cultural regional.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A Feira de Caruaru, maior comércio popular da cidade de mesmo nome, no interior de Pernambuco, é conhecida por reunir centenas de produtos no mesmo espaço. Composta por dezenas de pequenas feiras, chama a atenção pela diversidade de itens, que atraem compradores de toda a reunião do Agreste pernambucano há décadas. Para os caruaruenses, a feira possui uma representatividade ímpar. Serve como demonstração da capacidade criativa de um povo, que desenvolve peças de artesanato até mesmo com sobras de jeans. Ou mesmo que oferece em um ambiente com pouquíssima estrutura, itens que não são encontrados nem mesmo nos modernos hipermercados. A Feira de Caruaru tornou-se nacionalmente conhecida em 1957. Naquele ano, uma música composta pelo caruaruense Onildo Almeida, intitulada  A Feira de Caruaru , era lançada por Luiz Gonzaga no cenário musical nacional. A partir de então, gerou-se curiosidade sobre o comércio popular que inspirava Gonzaga na produção de uma música que garantia:  de tudo que há no mundo, nela tem pra vender . Desde então, a história da música - lançada há exatos 60 anos - passou a confundir-se com a própria história da feira. A produção musical garantiu ao espaço visibilidade, e à cidade notoriedade, passando a se destacar regionalmente pelas manifestações artístico-culturais - que, naquela música, eram registrados com a propriedade de quem conhecia e servia como referência sobre a produção artística nordestina. É justamente sobre a diversidade artístico-cultural e comportamental descrita na música, que se debruça o trabalho de que trata este paper. Nele, tomam-se os elementos presentes na canção como objetos a serem revisitados, de forma a reconstruir o raciocínio da música através da linguagem fotográfica. Logo, considera-se o potencial de registro documental da fotografia, enquanto traço da realidade (KUBRUSLY, 1991; DUBOIS, 1994) ou ainda significação de um fato (CARTIER-BRESSON, 2004, p.25).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Geral Construção de um grupo de fotografias que permitam revisitar os elementos presentes na música A Feira de Caruaru, de autoria de Onildo Almeida, através da linguagem fotográfica. Específicos Análise da música A Feira de Caruaru, para reconhecimento dos elementos que contam na obra; Produção de fotografias, com viés jornalístico, que registrem elementos presentes na canção; Seleção das imagens, de forma a destacar aquelas que articulem com mais clareza as técnicas e a linguagem fotográfica. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Inicialmente, é preciso destacar o caráter experimental da intervenção descrita neste paper. Estudantes do segundo período de Jornalismo estiveram à frente de todo o processo de captação de imagens, com a orientação de recorrer às técnicas discutidas em sala de aula, mas, sobretudo, de explorar planos e perspectivas diferentes daquelas que eles estavam acostumados a observar em imagens já publicadas na mídia. Apesar de ser observada a capacidade de articular conceitos comuns à área, a exemplo dos planos, enquadramento e o foco, foi exatamente na possibilidade de construir  novos olhares - que dão, inclusive, nome ao conjunto de imagens - que concentrava-se a maior exigência. O experimentalismo foi reforçado no processo de seleção do material, também conduzido pelos alunos, como forma de elevar o senso crítico sobre o que estava sendo produzido. Paralelamente, a intervenção os mobilizou para a prática de conteúdos curriculares do curso de Jornalismo do Centro Universitário Tabosa de Almeida, mas também os aproximou de uma discussão de interesse social - a medida em que as imagens pretendem provocar uma reflexão sobre a diversidade artístico-cultural presente na Feira de Caruaru, em diferentes recortes históricos e temporais. Ainda enquanto acadêmicos, os alunos são incentivados a levar para o campo das atividades práticas uma carga de reflexões que consideram-se ser construtivas para uma atuação profissional futura (RIBEIRO5, 2012, apud BARBOSA; FERREIRA; SILVA; NICOLATO, 2015, p. 2), pautada não somente nos princípios ético-profissionais, mas também nos valores comuns que devem permear as relações humanas diversas (FENAJ, 2007).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">No decorrer da disciplina de Fotojornalismo, ofertada no Bacharelado em Jornalismo do Centro Universitário Tabosa de Almeida (Asces-Unita) durante o segundo semestre de 2016, o grupo de estudantes teve acesso a discussões sobre aspectos históricos, conceituais e técnicas da prática fotojornalística. Como forma de retomar muitos desses conceitos e incentivar uma atuação crítica e socialmente responsável, os alunos foram instruídos à leitura do livro Magia e técnica, arte e política, de Walter Benjamin - com atenção ao texto A obra de arte da era de sua reprodutibilidade técnica. Nele, Benjamin (1987) considera, por exemplo, que: Em sua essência, a obra de arte sempre foi reprodutível. O que os homens faziam sempre podia ser imitado por outros homens. Essa imitação era praticada por discípulos, em seus exercícios, pelos mestres, para a difusão das obras, e finalmente por terceiros, meramente interessados no lucro. (BENJAMIM, 1987, p. 166) No entanto, Benjamim (1987) toma como mote de discussão no texto a intensificação deste processo e importância do que ele define como  autenticidade : Mesmo na reprodução mais perfeita, um elemento está ausente: o aqui e agora da obra de arte, sua existência única, no lugar em que ela se encontra. É nessa existência única, e somente nela, que se desdobra a história da obra. [...] O aqui e agora do original constitui o conteúdo da sua autenticidade, e nela se enraíza uma tradição que identifica esse objeto, até os nossos dias, como sendo aquele objeto, sempre igual e idêntico a si mesmo. (BENJAMIM, 1987, p. 167) Concluído o processo de leitura, foram desenvolvidas discussões em sala de aula, para que os discentes pudessem compartilhar diferentes observações sobre o texto, sobre suas particularidades e, principalmente, das possibilidades de aplicar muitos destes conceitos para analisar a Feira de Caruaru. Tomou-se então como mote a possibilidade de registrar, através da linguagem fotográfica (SOUSA, 2002, p. 75), os elementos presentes na composição em questão. Concluída a leitura da obra e também as discussões promovidas em sala de aula, os estudantes foram informados de que seguiriam para campo, em três oportunidades, para fazer o registro das imagens. Para tanto, voltou-se a discutir sobre o recorte temático e o enfoque a ser dado, sem se fazer indicações sobre locais específicos a serem fotografados ou mesmo recortes a serem cumpridos. Os alunos estiveram no local nos dias 29 de outubro, 12 e 19 de novembro de 2016, das 9h às 12h. Neste intervalo de tempo, puderam visitar as diferentes feiras que funcionam no Parque 18 de Maio, com a liberdade de registrar itens; sob diferentes angulações ou propostas/perspectivas. A atividade foi desenvolvida em duplas, para que cada um deles pudesse fazer o registro das imagens desejadas, e ainda recorrer ao companheiro de turma para esclarecer eventuais dúvidas que surgissem durante o processo. Também, para incentivar o trabalho colaborativo, a interação e, claro, oportunizar aos que já dominavam as técnicas, de aprimorar os conhecimentos. A execução da atividade foi acompanhada pelo professor da disciplina, a quem também coube esclarecer eventuais dúvidas e garantir o apoio docente necessário para que a atividade cumprisse o papel formativo a que se propunha. Neste processo, foram utilizadas câmeras fotográficas do modelo Nikon D5200, no modo manual, com configurações de ISO, diafragma e velocidade do obturador que foram definidas por cada um deles, a partir das particularidades dos cenários que seriam registrados. Todas as imagens foram arquivadas digitalmente, processo o qual permitiu a transferência e o arquivamento delas no banco de dados institucional. Ao fim do primeiro dia de atividades, todas as imagens foram disponibilizadas para os estudantes. Durante duas semanas (intervalo entre a primeira e a segunda intervenção prática), eles puderam construir uma autocrítica sobre o material elaborado até então, tanto sob os aspectos técnicos, quanto sobre os conceituais. Possibilitando, assim, um retorno ao local para construção de leituras mais aprimoradas. Na aula seguinte à conclusão das atividades, eles foram incumbidos da tarefa de selecionar, a partir de critérios comuns às técnicas fotojornalísticas, algumas imagens produzidas. Neste momento, deveriam considerar questões como enquadramento, planos e composição (SOUSA, 2002, p. 78). Como proposto aos estudantes, as imagens foram levadas a um espaço público. Com o apoio da Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru, elas passaram a compor a II Exposição Fotográfica Novos Olhares, a ser promovida entre os dias 16 de maio e 02 de junho deste ano, no Memorial da Cidade de Caruaru (um dos principais museus do município). Depois, seguirão para o Campus I da Asces-Unita (como forma de oportunizar a visitação à comunidade acadêmica).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Ao fim do processo, chegou-se ao montante de 24 imagens indicadas pelo grupo de estudantes para compor a mostra (todas coloridas, assim como haviam sido concebidas originalmente). Destas, 10 produções da aluna Elizabeth Karine Magalhães Barbosa estão sendo apresentadas na XXIV Exposição da Pesquisa Experimental em Comunicação (o XXII Prêmio Expocom). Em todos os casos, foram mantidas as características originais das imagens, que não passaram por processos de tratamento digital que pudessem descaracterizar o material. Para tanto, considera-se a ideia de que no fotojornalismo não deve-se distorcer a realidade retratada, para não ferir princípios éticos, nem mesmo disponibilizar ao público um material que não representa a realidade (SOUSA, 2002, p. 5). </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A produção das fotografias mobilizou o grupo de estudantes na construção de um produto de comunicação, integrando conceitos e pressupostos importantes de serem considerados durante a formação acadêmica e, claro, quando profissionais de uma área que exige leituras diferenciadas e, acima de tudo, críticas sobre o contexto o qual está sendo retratado. Com a conclusão do processo, quando da possibilidade de construção de uma autocrítica sobre o material e a forma como ele foi construído, os estudantes envolvidos registraram o reconhecimento não somente pela oportunidade de intervenção técnica, mas também de aproximação sobre a realidade retratada e, principalmente, a construção de uma releitura que servirá para torná-los cidadãos mais críticos e atentos aos movimentos artísticos e culturais que os cercam.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BENJAMIM, Walter. Magia e técnica, arte e política: Ensaios sobre a literatura e história da cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.<br><br>CARTIER-BRESSON, Henri. O imaginário segundo a natureza. Barcelona: G. Gili, 2004.<br><br>DUBOIS, Philippe. O ato fotográfico e outros ensaios. São Paulo: Papirus, 1994.<br><br>FENAJ. Federação Nacional dos Jornalistas. Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Vitória, ES, 2007. Disponível em: <http://www.fenaj.org.br/federacao/cometica/codigo_de_etica_dos_jornalistas_brasileiros.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2016, 18:00:00.<br><br>KUBRUSLY, Cláudio. O que é fotografia? São Paulo: Editora Brasiliense, 1991.<br><br>RIBEIRO, Cristina Ramos da Silva. O perfil do jornalismo laboratorial impresso de Campo Grande: entre a academia e o mercado. 2012. Dissertação (Mestrado em Estudos de Linguagens) - Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS, Campo Grande, 2012.<br><br>SOUSA, Jorge Pedro. Fotojornalismo: Uma introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. 2002. Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/sousa-jorge-pedro-fotojornalismo.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2016, 14:45:43.<br><br> </td></tr></table></body></html>