ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Centro-Oeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00006</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO08</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Transexualidade: Aprender, conviver e respeitar</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Guilherme Araujo dos Santos (Pontifícia Universidade Católica de Goiás); Carolina Abbadia Melo (Pontifícia Universidade Católica de Goiás)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Reportagem, Jornalismo, Transexualidade, Gêneros textuais, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A reportagem intitulada  Aprender, conviver e respeitar foi produzida para o jornal laboratorio Impressões, publicação semestral e de caráter experimental do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. O produto foi desenvolvido para a disciplina de Produção e Redação Jornalística II, objetivando apresentar, por meio de um panorama esclarecedor e humanizado, como se apresentam as mudanças e transformações na vida de pessoas transexuais. O projeto está amparado no processo de construção da reportagem jornalística, neste caso, voltada para meios impressos, e suas respectivas etapas (pesquisa e apuração, seleção, redação e edição).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Desde seu surgimento, espera-se que os processos de comunicação legitimem seu objetivo de fornecer informações e situar o cidadão no mundo em que vive, suas transformações e sua compreensão. Frente a este cenário, o jornalismo se potencializa como um instrumento necessário para lançar luz sobre temáticas de grande relevância nas esferas sociais e prover a cidadania. Para Nelson Traquina (2005), é o jornalismo quem oferece respostas às inquietações cotidianas de querer saber o que se passa no mundo e os gêneros jornalísticos se fazem presentes assim, fomentando o desenvolvimento dessa premissa ao exemplificar e fazer necessária sua compreensão. José Marques de Melo (2013), por sua vez, faz sua definição do que seria gênero "Um conjunto das circunstâncias que determinam o relato que a instituição jornalística difunde para o seu público. Um relato que, pela dinâmica própria do jornalismo, se vincula às especificidades regionais, mas incorpora contribuições dos intercâmbios transnacionais e interculturais. É a articulação que existe do ponto de vista processual entre os acontecimentos (real), a expressão jornalística (relato) e a apreensão pela coletividade (leitura)" (MELO, 2013, p.64). O objetivo reside em trazer a informação, porém diferenciando-se do caráter efêmero da notícia, que dialoga com a atualização constante, de forma a se aprofundar sobre determinado assunto, podendo se utilizar de elementos, por exemplo, literários, interpretativos e narrativos. A reportagem, um dos principais veículos de expressão e disseminação dessas ideias é definida, novamente por Marques de Melo (1985, p. 65) como  o relato ampliado de um acontecimento que já repercutiu no organismo social e produziu alterações que são percebidas pela instituição jornalística . Logo, sabe-se que esta se revela uma ferramenta da profissão capaz de salientar tópicos de uma sociedade que vive constatadamente tempos intrincados, evidenciando a necessidade de um entendimento maior do que se passa.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A elaboração da reportagem almejou informar e expandir os conhecimentos do leitor sobre transexuais, estimulando novos olhares sobre a situação apresentada, mostrando a realidade dessas pessoas e como se dá o seu processo de transição. Como o tema é pouco explorado na mídia convencional, espera-se ainda promover uma maior compreensão sobre o assunto, aspecto que pode ser evidenciado ainda pelo esclarecimento no corpo da reportagem quanto aos vários termos utilizados para designar pessoas trans e numa análise ainda mais complexa, do universo LGBT  faz-se instrumento de promoção desse esquadrinhamento, pois permite colocar em prática os conhecimentos adquiridos na disciplina. Ademais, assume-se um caráter de denuncia - sabe-se que 90% das travestis e transexuais abandonou os estudos e tem sua sobrevivência amparada no mercado da prostituição, de acordo com dados levantados pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais. Frente a números como este, espera-se promover uma reflexão sobre o que tem sido e pode ser feito para que essa triste realidade possa ser transformada, incentivando acima de tudo o respeito e a posterior promoção de uma sociedade livre de paradigmas e mais tolerante.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Brasil hoje se constitui no país que mais mata transexuais no mundo, segundo pesquisa da organização não governamental Transgender Europe (TGEU), rede europeia de organizações que apoiam os direitos da população transgênero. Apesar de sofrer com o forte preconceito, a população transexual ainda recebe pouca atenção nos meios de comunicação, o que direta ou indiretamente contribui para o reforço de um estereotipo, como um indivíduo marginalizado e rodeado de estigmas, sem perspectivas, sem rosto ou identidade. Dentro do jornalismo existe a possibilidade de mudança em que uma gama de alternativas narrativas se faz viável, especialmente em se tratando de temas e personagens complexos, com perspectivas e mundos distantes aos dos leitores e expectadores. Constatada a deficiência na produção de informações e conteúdo jornalístico, bem como o distanciamento humanitário, de suma importância ao ofício, este trabalho propõe a fazer a construção de um relato sobre o modo de vida da pessoa trans, além de buscar respostas aplicáveis sobre como o jornalismo poderia dar voz à transsexualidade e, acima de tudo, à diversidade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para alcançar o objetivo da pauta, partiu-se de uma premissa de colocar em prática elementos teóricos constitutivos do gênero interpretativo vistos em sala na disciplina de Produção e Redação Jornalística II, onde, diante de uma proposta de extrema relevância social e levando em consideração o planejamento do trabalho jornalístico, a construção da reportagem foi executada em etapas. No que diz respeito à elaboração da pauta, devido ao caráter colaborativo de produção do jornal laboratório Impressões, publicação em que foi veiculada, esta foi trabalhada em conjunto com os alunos da disciplina de Edição Jornalística, ofertada no quinto período do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Partindo de um diálogo mútuo com os alunos-editores, propiciou-se a princípio uma discussão sobre as fontes, não só sugerindo meios de abordagem, possíveis novos personagens, mas também os apurando, selecionando-os e acima de tudo, analisando-os a fim de se obter o maior número de angulações possíveis da temática. De acordo com Pena (2010, p.79), a reportagem é definida  pela capacidade que o texto tem de reconstituir com vigor e realismo um momento particular da História . Desta maneira, foi feita uma pesquisa prévia sobre o tema, intentando definir o que seria de fato abordado e conferindo ao produto final consistência. São apresentados assim três tipos diferentes de fonte, que foram devidamente contatadas por telefone e e-mail neste processo, anterior à realização de conversas com as mesmas. O produto final conta com uma entrevista de Bruna Andrade, modelo, estudante e mulher transexual, a fim de narrar a história sob a perspectiva de quem vivenciou o processo de transição e buscando um relato mais próximo e humanizado de quem conhece de perto as dificuldades de se aceitar e de ser aceito socialmente. Segundo Pinto (2000, p. 279) essa fonte está  diretamente envolvida nos fatos, normalmente com testemunha ocular . Além disso, a reportagem conta com outra personagem, Kim Xavier, também mulher trans e coordenadora do cursinho pré-vestibular PreparaTrans, iniciativa voltada para transexuais de Goiânia e região que desejam voltar a estudar e se preparar para ingresso na universidade. Esta possui um caráter secundário, pois traz complemento à matéria, avaliando, contextualizando, interpretando a situação por outros dois vieses atrelados, o do preconceito e a evasão escolar, sendo um consequência do outro. Objetivou-se ainda, por meio do uso desta fonte. a promoção de um olhar sobre alternativas e iniciativas que crescem visando uma solução, ainda que gradativa, para o problema. Com o intuito de oferecer uma angulação técnica sobre o tema e adicionar maior clareza ao que anteriormente é citado na matéria, faz-se presente uma outra fonte secundária, também especializada, a psicóloga Ananda Silva, formada pela Universidade Federal de Minas Gerais. Aqui, constrói-se uma análise do assunto, conferindo maior detenção de credibilidade e fomentando uma posterior interpretação do leitor. As fontes se complementam e garantem que haja uma contraposição de lados da história, aspecto imprescindível à construção do discurso empregado pela reportagem jornalística. Além disso, cabe destacar sobre o exercício de construção do lead, aqui definido como cronológico, ou narrativo, já que dispõe os dados de maneira que o texto enfatize a força narrativa da ordem natural dos fatos, posto em evidência pela presença da personagem Bruna, citada anteriormente. Da mesma forma, foram postos em discussão instrumentos de Pesquisa na internet (blogs, como o do transexual Oliver Mastalerz, que documenta seu processo de transição), e ainda personalidades que lutam pela causa e se identificam, como a transexual Lea T e o cantor Liniker, ademais de lugares e instituições que levantam esta bandeira, especialmente oriundos da cena local goiana visando até mesmo maior proximidade do próprio público leitor com a temática.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A reportagem, que obteve destaque na publicação em que foi veiculada, sendo inclusive uma das matérias de capa, foi composta de três seções de texto, divididas em entretítulos, além de conter em suas páginas fotografias de uma das personagens, um infográfico, e uma caixa de texto contendo uma frase de impacto, no intuito de que a leitura se dê de forma interessante, fluida e transpareça dinamismo. São apresentadas três fontes, sendo uma testemunhal primária, e as demais secundárias e de caráter especializado. Além disso, no decorrer da matéria apresentam-se um conjunto de importantes referências midiáticas, relacionadas às mais variadas esferas como a música, a TV ou ainda a moda, todas buscando contextualizar a relevância e expansão do tema. Graças ao caráter colaborativo de produção do Jornal Impressões, a diagramação do produto em questão é outro aspecto que cabe ser destacado, já que a disposição gráfica dos elementos da página, trabalhada em conjunto à disciplina de Edição Jornalística, faz uso de boxes informativos, que constituem o texto da própria reportagem e foram sugeridos pelo repórter, fornecendo mais informações a respeito das várias nomenclaturas e dos conceitos de gênero, sexo biológico e orientação sexual, que ainda geram confusão entre as pessoas. O material final é constituído de duas páginas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A produção de reportagens de caráter informativo e que, como foi o caso de  Aprender, conviver e respeitar , abarcam questões de cunho social, ganha importância ao estimular a percepção do acadêmico sobre o papel da informação na formação do debate público. É importante se atentar todavia para eventuais limitações. A própria circulação do jornal, por se tratar de uma publicação acadêmico-laboratorial e de pequena tiragem, consequentemente não atinge um grande público, sendo restrito a um único campus da universidade. Este fator causa uma visibilidade restrita, o que se elucidado, poderia acarretar maior discussão a respeito do tema e, consequentemente, de outros igualmente importantes que compõem as demais reportagens. A metodologia aplicada na elaboração da pauta, coleta de dados, escrita, locução e edição do material garantiu não apenas o conhecimento prático das técnicas de redação jornalística, estimulando também durante o processo de produção um senso criativo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2015-11/com-600-mortes-em-seis-anos-brasil-e-o-que-mais-mata-travestis-e (Acesso em 16 de abril de 2017)<br><br>PINTO, Manuel. Fontes jornalísticas: contributos para o mapeamento do campo. Comunicação e Sociedade 2: Cadernos do Noroeste, Braga, 2000.<br><br>PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. A apuração da notícia : métodos de investigação na imprensa / Luiz Costa Pereira Junior.  . Petrópolis, RJ : Vozes, 2006<br><br>MARQUES DE MELO, José (Org.); Assis, Francisco de (Org.). Gêneros Jornalísticos no Brasil. Sâo Bernardo do Campo: Editora Metodista, 2013.<br><br>LAGE, Nilson, A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro: Record, 2001.<br><br>TRAQUINA, Nelson. Teorias do jornalismo: porque as notícias são como são. Florianópolis: Insular, 2004<br><br> </td></tr></table></body></html>