ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Centro-Oeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00128</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PP</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PP09</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Amplificador Goodbeats: O reinvento da roda na redação publicitária</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Luiza Rosana Pedro Mota (Universidade de Brasília); Monique Renault de Castro (Universidade de Brasília); Júlia Mundim Pena (Universidade de Brasília); Raíssa Monnerat Rumf (Universidade de Brasília); Sarah Silva dos Reis (Universidade de Brasília); Vitor Manaut (Universidade de Brasília); Suelen Brandes Marques Valente (Universidade de Brasília)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Anúncio impresso, Direção de arte, Publicidade, Redação publicitária, Reinvenção</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O trabalho consistiu em criar um anúncio impresso para divulgar um produto com novo uso, diferente daquele já estabelecido pela sua marca. O produto, pneu Goodyear, foi estabelecido na disciplina Redação Publicitária, e o grupo, através dos conceitos trabalhados em sala, criou uma nova promessa básica e conceito criativo, títulos e slogans, textos apolíneos e dionisíacos, para vender o pneu como nunca antes anunciado. O resultado foi o produto Amplificador Goodbeats, uma parceria da Goodyear com a marca Beats, no qual o pneu se tornou um amplificador de ondas sonoras.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A reinvenção da roda finalmente tornou-se realidade. Em 2016, os alunos de Publicidade e Propaganda da Universidade de Brasília foram instigados a escolher cinco objetos de uso cotidiano com o intuito de examiná-los, ressignificá-los e transformar a promessa básica de cada um deles, sem que o artefato sofresse alterações de qualquer natureza. A criação do anúncio "Finalmente reinventaram a roda", origem de uma parceria entre as multinacionais Goodyear (pneus e automobilística) e Beats (equipamentos sonoros), desafia o público a pensar como um objeto tão ordinário, o pneu, pode se tornar um produto inovador e expressivo no mercado. O processo de elaboração da peça envolveu a busca por um conceito verdadeiramente criativo, a descoberta de uma nova promessa básica, a redação publicitária (alicerçada no texto apolíneo, na utilização de exórdio com fórmula fixa, no desenvolvimento da narração, em provas e na peroração) e a direção de arte (projetada no formato 1 + 1 = 2, de forma a estabelecer uma estrutura circular entre imagem e texto).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A peça publicitária apresentada é parte determinante do projeto final da disciplina Redação Publicitária do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade de Brasília, concluída pelos alunos no primeiro semestre de 2016. O trabalho tinha como proposta atribuir, comprovar e divulgar de forma consistente um novo uso a diversos produtos de marcas já conhecidas. O exercício propõe que uma nova finalidade realista seja dada a um produto e marca já existentes. A atividade pede que objetos que já conhecemos sejam ressignificados, oferecendo um desafio de redação publicitária: vender, de forma séria e consistente, um objeto com outra finalidade que não a que lhe foi originalmente designada. Os produtos foram analisados e reinventados desde o conceito criativo até a finalização artística das peças. Aplicando conceitos e técnicas aprendidos em sala de aula, foram produzidas seis peças gráficas repensando quatro produtos pré-definidos, e um deles de escolha dos grupos de trabalho para o desenvolvimento de suas peças.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Diante da necessidade de atribuir um novo uso a um produto e marca já conhecidos, o grupo de trabalho se desdobrou para encontrar soluções que fossem satisfatórias, não apenas no âmbito de cumprir com a proposta, mas que fossem também inovadoras e inesperadas ao fazê-lo. Deste modo, ao pensarmos no que mais alguém faria com um simples pneu, passamos por diversas ideias que atendiam aos requisitos, mas que ficavam entre o óbvio e o insípido: o uso do pneu como balanço, boia, assento, resistência a impactos, entre outros. Deste modo, negando-nos a abrir mão da originalidade, continuamos o processo de discussão até alcançarmos um conceito verdadeiramente criativo: o pneu que venderíamos seria utilizado como amplificador de som. Antes de iniciar o processo da redação publicitária, definimos a estratégia de estabelecer uma parceria entre a marca do pneu, a Goodyear, com a marca especializada em equipamentos de áudio, a Beats. Ao elaborar o texto publicitário, um obstáculo: como convencer alguém de que um pneu não é um pneu? Assim como René Magritte foi enfático ao determinar que o que estava representado em tela não era um cachimbo em sua pintura "A Traição das Imagens" (1929), também queríamos determinar no anúncio que aquilo não era um pneu: era um amplificador de som. A dificuldade se deu principalmente pelo fato de que o pneu é o complemento de uma das invenções mais perfeitas da humanidade: a roda. Sim, a roda foi aperfeiçoada e adaptada para diferentes tipos de veículos, mas em essência, a roda já foi concebida perfeita para seu propósito de auxiliar no transporte. Um celular de 2017 é completamente diferente do celular de 1987, por exemplo. Celulares imensos deram lugar a celulares de tamanho menor. Botões deram lugar a tela tátil. O mesmo não acontece com o pneu. O pneu sempre teve como forma primordial uma roda, e imaginamos que assim continuará sendo, até que a roda se torne obsoleta devido ao advento de outra tecnologia que permita o transporte prático das coisas. Uma vez que o pneu não existe enquanto tal sem a roda, como superar a supremacia desse objeto? Seguindo este raciocínio, logo uma compreensão nos atingiu, o insight que seria essencial para a elaboração da peça publicitária: estávamos tentando reinventar a roda. "Reinventar a roda" é uma expressão muito utilizada para se referir a uma criação que não é assim tão inovadora, tão radical: "é muito bom, mas não chega a reinventar a roda". Se a reinvenção daquilo que já conhecemos e estamos habituados consiste na criatividade, a reinvenção da roda é o ápice do pensamento criativo. Assim, elaboramos o anúncio que emula uma manchete, comunicando que o objeto mais antigo e ordinário pode ser reaproveitado com inventividade e inteligência, principalmente na era em que domina aquele que é capaz de reutilizar e respeitar o meio em que vivemos. No caso, o reinvento está justamente sobre a roda, que devido ao seu formato aberto, oco e circular, faz o som reverberar, tornando-o ideal para propagar e aprimorar o som do aparelho de celular em momentos de lazer. Da perspectiva acadêmica, partiu-se do consenso de que profissionais capazes de formular novas promessas, tecer conceitos inéditos e a partir deles estruturar anúncios para produtos comuns, porém com usos absolutamente incomuns, seriam também capazes de contribuir com êxito em projetos e equipes do cotidiano.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O processo de criação começou com a deliberação entre os membros do grupo de trabalho acerca da nova função do produto. Definido que o pneu passaria a ser vendido como amplificador de som, passamos para a fase de definição da "promessa básica" e do "conceito criativo". O objetivo de definir estes dois aspectos é estabelecer o que será vendido e como será vendido, respectivamente. Segundo Celso Figueiredo (2005), a promessa básica (ou a afirmação básica, como prefere chamar) é uma afirmação que desejamos que o consumidor fixe em sua mente, afirmação esta que parte "das características tangíveis ou intangíveis do anunciante (marca, produto ou serviço) (FIGUEIREDO, 2005, p. 2). Já a definição de um conceito criativo é uma forma de garantir que a mensagem chame a atenção do consumidor e seja lembrada: "a criação publicitária depende de uma fonte inesgotável e sempre renovada de modos de falar interessantes, instigantes, chocantes, engraçados" (ibid., p. 3). Sendo assim, nossa promessa básica ficou estabelecida como a ressignificação do uso do pneu como forma de amplificação alternativa do som e o conceito criativo foi a já descrita renovação da roda. Definidas estas bases de trabalho, passamos para a elaboração do texto da peça. Para a realização do texto, levamos em consideração algumas questões estruturais quanto à redação publicitária. Primeiro, precisamos reconhecer o texto publicitário como discurso deliberativo. Esse tipo de discurso é persuasivo, que aconselha ou desaconselha, e pretende convencer o receptor a realizar algum tipo de ação (GONÇALVES, 2013, p. 87). O discurso deliberativo publicitário expõe vantagens de produtos e serviços, e apesar de apelar para uma veia mais emocional, também possui lado racional essencial para a argumentação. Aristóteles montou a estrutura do discurso deliberativo de forma que a transmissão da mensagem fosse a mais efetiva possível e fosse feita através do uso da razão. Chamou, então, essa organização de texto apolíneo. Este tipo de texto ocorre em um modelo quadrifásico, no qual cada fase serve de preparação para a fase seguinte, em camadas de texto que se complementam: exórdio, narração, provas e peroração (ibid.). Como complemento ao texto apolíneo, existe o texto dionisíaco, que faz o uso da persuasão com base na emoção. Para os fins da peça aqui apresentada, esse tipo de texto não foi explorado. Segundo Gonçalves, "o exórdio é a introdução do anúncio, em que uma prévia da mensagem é passada" (ibid.). Também chamado de prólogo, este primeiro momento é muito importante para chamar a atenção do leitor, e na estrutura do anúncio a função que costuma desempenhar é a do título. O título da nossa peça, "Finalmente reinventaram a roda", faz uso de um recurso expressivo publicitário denominado "fórmula fixa". A fórmula fixa pode ser apresentada de forma integral ou apenas fazer referência às informações já conhecidas pelo público-alvo (GONZALES, 2003). No nosso trabalho, utilizamos a desmontagem da fórmula fixa na qual "retoma-se o sentido literal do clichê, anterior ao sentido conotativo a que ele frequentemente remete" (ibid., p. 142). Usualmente, a expressão "reinventar a roda" é utilizada como metáfora para a falta de inovação ou de criatividade. Nós subvertemos o sentido da frase ao assumir que sim, reinventamos a roda no sentido literal. O anúncio também possui um formato 1 + 1 = 2 (FIGUEIREDO, 2005, p. 16), no qual o título complementa o sentido da imagem, que por sua vez se dedica mais a explicitação do funcionamento do produto. Além disso, o título é gritado, uma vez que o sentido pretendido é o de uma importante notícia sendo anunciada, com verdadeiro valor de manchete. A segunda parte do discurso apolíneo é a narração, momento em que se "descreve fatos e divide com o consumidor informações importantes sobre o produto ou serviço abordado" (GONÇALVES, 2013, p. 88). O texto criado desenvolve a narração no seguinte trecho: "Goodyear e Beats fizeram o mesmo de forma diferente: o pneu que te leva para outros lugares, mas através das ondas sonoras". A narração deixa claro o produto (pneu) e o valor imbuído em sua função (te faz viajar através do som). Esse é o papel da narração no texto apolíneo, contextualizar a situação que foi insinuada no exórdio. Enquanto o título "Finalmente reinventaram a roda" convida para a leitura, provocando que o texto tratará sobre uma nova forma de se pensar este objeto, a narração já contextualiza, começando a explicar que a roda foi repensada através do som. A terceira fase são as provas, mensagem demonstrativa que deixa claro para o consumidor os benefícios oferecidos pelo produto. Nossas provas se apresentam no trecho "a única energia de que você precisa é a sua". O trecho demonstra que o pneu não usa nenhum tipo de recurso energético para que funcione, seja pilhas, energia elétrica, baterias etc. Além disso, a própria imagem funciona como prova, ao apresentar a união do pneu com o som. A quarta e última fase é a peroração ou epílogo e atua como assinatura da peça na maioria das vezes. Mais do que isso, a peroração é uma etapa do texto que busca provocar paixão, incentivar o leitor a apostar na mensagem passada e tomar a atitude proposta pelo texto (GONÇALVES, 2013). No caso, a nossa proposta é a compra do produto, do pneu amplificador. A assinatura foi elaborada da seguinte forma: "Amplificador Goodbeats. Make it Louder". A alternativa de compor o slogan em inglês se dá por diversos motivos, como a dimensão internacional de ambas as marcas envolvidas na parceria (Goodyear e Beats) e o fato de o público-alvo ter o nível de inglês necessário para compreender o sentido da frase, que em português seria algo parecido com "deixe mais alto". O slogan imperativo, curto e forte se adequa bem às duas marcas, que são dinâmicas, respeitadas e inovadoras, uma vez que "um slogan está tão ligado à personalidade da marca que a compreensão de como essa marca "funciona" é essencial para que o slogan "vista" a marca". (FIGUEIREDO, 2007, p. 64). Apresentado o discurso deliberativo apolíneo, é possível atestar a estrutura circular deste modelo, também chamada de circularidade ou circuito fechado. Isso consiste na apresentação de uma mensagem na peroração, que é capaz de reforçar a mensagem introduzida no exórdio, de modo que articule a mensagem da forma mais coesa e coerente possível. Ao dizer para o leitor "Amplificador Goodbeats. Make it louder." o texto retoma a ideia de reinvenção da roda apresentada no exórdio, reforçando a promessa do produto de ressignificação do uso do pneu como forma de amplificação alternativa do som. Como bem coloca Carrascoza (1999, p. 32), "o texto em circuito fechado evita o questionamento e objetiva levar o leitor a conclusões definitivas [...]". </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A peça foi elaborada para a veiculação em página única de revista. A nível de apresentação do trabalho, não precisou ser impressa devido a fins práticos, tendo sido exibida apenas em sua forma digital. A técnica escolhida para desenvolver a arte do anúncio foi a ilustração vetorial, executada por meio do software Adobe Illustrator©. Essa escolha foi feita em decorrência da superior qualidade imagética favorecida pelo formato vetorial, tanto em relação à tipografia quanto à ilustração, seja para impressos ou para peças gráficas virtuais. Outro fator que influenciou na confecção feita integralmente pelo processo vetorial foi o das dificuldades envolvidas na produção de um material fotográfico que satisfizesse as intenções pretendidas e que pudesse ser realizado com os recursos e o tempo hábil que nos eram disponíveis. Deste modo, a escolha da imagem ilustrada pareceu ser a melhor opção para nossos objetivos, uma vez que nos concedeu muito mais controle sobre a composição da peça publicitária. A ilustração vetorial, com seus traços simples e limpos, está de acordo com uma tendência do design denominada flat design, que consiste na aplicação da máxima simplicidade, de formas planas e layouts limpos. A sombra justaposta entre o desenho e o texto também é característica do design moderno, e através do conceito de luz e sombra, contribui com o contraste e com a dinamização da imagem. A presença de poucas cores reforça essa intenção de simplicidade  três tons de azul, sendo que dois deles são muito parecidos entre si, branco, o vermelho da marca Beats e um toque de amarelo que aparece no logo da Goodyear. A subjetividade humana está sempre presente no processo de interpretação das cores, e é possível detectar determinados padrões psicológicos observados nas associações e sensações por elas provocadas. Desta forma, designers e especialistas classificam as cores de acordo com significados amplamente relacionados a elas no psíquico coletivo. Na publicidade em questão, a cor azul, em um de seus tons mais vívidos, foi selecionada por estar fortemente associada ao dinamismo e à energia, produtividade e credibilidade. O branco, por sua vez, remete à segurança, confiabilidade e virtude, além de que, aplicado sobre o azul, faz aumentar a percepção de energia e calor. Em relação ao exórdio, no qual o título  Finalmente reinventaram a roda foi escrito em preto, tal coloração confere à manchete autoridade e formalidade, além de ser neutro e de facilitar a leitura. Este, combinado com o azul e o branco, confere também uma aparência mais moderna ao anúncio. A respeito da influência extrema da cor em nosso psicológico, Kandinsky (1996, p.65) ressalta que  do ponto de vista estritamente físico, o olho sente a cor. Experimenta suas propriedades, é fascinado por sua beleza. A alegria penetra na alma do espectador, que a saboreia como um  gourmet , uma iguaria. O olho recebe uma excitação semelhante à ação que tem sobre o paladar uma comida picante. Mas também pode ser acalmado ou refrescado como um dedo quando toca uma pedra de gelo [...] . A escolha de uma paleta simples e diagramação fácil e direta também dialoga com o conceito da peça. O pneu é utilizado como amplificador de som e não precisa de fonte de alimentação externa de energia. Para que o som seja amplificado, basta colocar o celular em seu interior e deixar que a forma do pneu reverbere as ondas sonoras. Há forma mais simples e fácil de amplificar o som? A nova utilização do pneu é simples, inusitada e direta, e assim foi montado o anúncio: o leitor bate o olho nele e em poucos segundos já entende o produto, seu funcionamento e sua mensagem. No anúncio, optou-se por utilizar os símbolos e logomarcas com suas cores originais. Isso porque as marcas Goodyear e Beats já possuem uma forte identidade visual, e também contam com um público-alvo extenso, sendo já estabelecidas e reconhecidas no mercado. Encorpar o anúncio com a credibilidade de duas grandes marcas é importante, tendo em vista o uso tão inusitado de um produto que parecia ter seus fins já esgotados. Contando com o apoio dessas marcas, a probabilidade de penetração no mercado aumenta, e a receptividade do público também. O processo de percepção visual e interpretação lógica da imagem que, para o homem, acontece em segundos, parte inicialmente da apreensão das cores, o que significa dizer que elas são os primeiros elementos que observamos em qualquer espaço, produto ou representação. Milton Ribeiro (2003, p. 270) ressalta a importância do cuidado com a aplicação do logotipo e símbolo de uma marca:  a personalidade, traduzida na imagem (marca-símbolo/logotipo), ganha importância fundamental a partir da constatação de sua existência de forma planejada, abrangendo as várias extensões de relacionamento da empresa, a exemplo: papel de carta, cartão, envelopes, formulários, frota de veículos, embalagens, uniformes, equipamentos, etc. Por outro lado, a ausência de planejamento na utilização dos elementos da imagem diluirá a personalidade da empresa e esta deixará de aproveitar os recursos naturais de veiculação de um conceito junto ao seu público consumidor . A composição visual da peça publicitária é inspirada em manchetes de jornal impresso. A influência do jornal é sutilmente percebida através do título, que possui uma frase intrigante:  Finalmente reinventaram a roda . O leitor fica intrigado, porque em princípio não há como reinventar a roda, tendo em vista que o círculo é uma forma primária. Um título que atiça a curiosidade é uma das características das manchetes. Em seguida, há o texto de apoio, que diz:  Goodyear e Beats fizeram o mesmo de forma diferente: o pneu que te leva para outros lugares, mas através das ondas sonoras . É muito comum no texto jornalístico o uso de personagens, que no caso são Goodyear e Beats, para aproximar o leitor da notícia, fazer com que ele tenha a sensação de que pode ser atingido por aquela notícia. No caso, ao mencionar essas duas marcas, chamamos a atenção do consumidor pelo fato de serem duas marcas já conhecidas por ele, e por serem marcas que despertam familiaridade com esse consumidor. Outra característica do texto jornalístico é o texto curto e direto, de fácil compreensão, que no caso do anúncio foi feito de forma curta e grossa, explicitando a forma de funcionamento do produto em poucas linhas. Para aumentar ainda mais a afetividade, o anúncio acrescenta:  A única energia de que você precisa é a sua . Neste momento, o anúncio empodera o consumidor, faz com que ele se sinta importante, peça fundamental para o funcionamento do produto. Quando as pessoas se sentem parte de alguma coisa, elas se engajam mais. Por fim, no fim da peça há uma clara chamada para a ação:  Make it louder . Não basta apenas conhecer o produto e consumir. É preciso deixar sua marca no mundo, mostrar para que veio, fazer barulho. Marcas com personalidade forte querem consumidores de personalidade forte. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O desafio que foi entregue aos alunos de Publicidade e Propaganda, de fato, não estava limitado à atividade básica da profissão de um publicitário. Não apenas conheceríamos todos os extremos e nuances dos produtos de nossos clientes como também elaboraríamos textos que compreendessem a teoria do discurso deliberativo  ou seja, persuasivo  e representaríamos visualmente da forma mais adequada para um anúncio impresso, além de nos tornarmos empreendedores de nossas próprias ideias, defensores árduos de produtos tão comuns quanto inovadores e, por que não, verdadeiros criativos da publicidade. O projeto, que deveria ser apenas o trabalho final de uma disciplina, tornou-se ainda mais realista ao envolver marcas de médio e grande porte com as quais nos relacionamos cotidianamente. A necessidade de usar os símbolos e nomes nas peças que produzimos, como se nos tornássemos representantes delas, aumentou expressivamente o nosso senso crítico, técnico e estético. A sensação que permanece até hoje é de que tudo se faz possível quando nos permitimos enxergar um cliente com novos olhos e intenções, e de que a criatividade, mais do que nunca, não se relaciona com forças mitológicas ou seres especiais, mas está em enxergar no velho e comum, um novo mundo de possibilidades. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">Audaces, Qual a importância da cor para o consumidor?. Disponível em: <http://www.audaces.com/qual-a-importancia-da-cor-para-o-consumidor/>. Acesso em 16 de abril de 2017. <br><br>Estúdio Pivot, [Infográfico] Significado das Cores (referências práticas). Disponível em: <http://estudiopivot.com.br/infografico-significado-das-cores/>. Acesso em 15 de abril de 2017. <br><br>Significado das Cores, Significado das Cores. Disponível em: <http://www.significadodascores.com.br/>. Acesso em 15 de abril de 2017. <br><br>CARRASCOZA, João Anzanello. A evolução do texto publicitário: a associação das palavras como elemento de sedução na publicidade. São Paulo: Futura, 1999. <br><br>FIGUEIREDO, Celso. Redação Publicitária: sedução pela palavra. São Paulo: Thomson, 2005. <br><br>FIGUEIREDO, Celso. A última impressão é a que fica. São Paulo: Thomson Learning, 2007. <br><br>GONÇALVES, Lilian S. Neuromarketing aplicado à redação publicitária: descubra como atingir o subconsciente do seu consumidor. São Paulo: Novatec Editora, 2013.<br><br>GONZALES, Lucilene. Linguagem Publicitária: análise e produção. São Paulo: Editora Arte e Ciência, 2003. <br><br>KANDINSKY, Wassily. Do Espiritual na Arte. São Paulo: Martins, 1996 <br><br>RIBEIRO, Milton. Planejamento visual grá&#64257;co. Brasília: LGE Editora, 2003. <br><br> </td></tr></table></body></html>