ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Centro-Oeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00374</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PP</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PP03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Campanha #MeuÚltimoAssédio</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Benny da Silva Leite (Universidade Católica de Brasília); Iago Martinho Kieling (Universidade Católica de Brasília); Caio Eduardo Almeida Santos Souza (Universidade Católica de Brasília); Letícia Marques Tiveron (Universidade Católica de Brasília); Anelise Wesolowski Molina (Universidade Católica de Brasília)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Campanha, Assédio, Conscientização, Propaganda, Violência</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Visando combater as diversas formas de assédio, criou-se a campanha  #MeuUltimoAssedio, referente ao 1º Concurso Intercâmbio de Semestres, realizado pela agência experimental Espaço Bagagem, da Universidade Católica de Brasília. Os alunos fizeram pesquisa bibliográfica sobre o tema, aprofundando-se historicamente no período expressionista, para a produção das peças e produtos. Feita totalmente por alunos de Comunicação Social, a campanha contou com diversas peças digitais e impressas e gerou grande repercussão na mídia regional, buscando conscientizar e informar as pessoas acerca do tema. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">No primeiro semestre de 2016, alunos do curso de Publicidade e Jornalismo da Universidade católica de Brasília receberam o desafio de elaborar uma campanha publicitária que abordasse o tema do assédio e suas consequências. Muito pautado em discussões sociais e na mídia, a palavra assédio pode definir muitas formas de violência e, atualmente, a sociedade está procurando combatê-lo em suas mais diversas manifestações. Durante muito tempo, o assédio foi tido como aceitável e, por isso, as pessoas passaram por situações de agressão ou constrangimento. Apesar disso ser uma violência majoritariamente sofrida por mulheres, crianças, idosos e até mesmo homens passam pelas mesmas etapas: agressão, reconhecimento, humilhação e silenciamento. A proposta teve como produto uma campanha que buscou abranger todas as formas de assédio que pessoas de todas idades podem sofrer no seu dia a dia. O produto apresentado fez parte do 1º Concurso Intercâmbio de Semestres, promovido pela agência experimental do curso de Comunicação Social da Universidade Católica de Brasília, Espaço Bagagem. Com o auxílio de diversas disciplinas, alunos de todos os semestres do curso formaram grupos de trabalho e desenvolveram uma campanha com diversas peças de Comunicação, respeitando o tema e a proposta do Concurso. O produto apresentado foi desenvolvido dentro da disciplina de fotografia publicitária. Além do assédio sexual, há também o moral, o virtual, dentre outros, que constituem formas de violência que levam as vítimas a sofrerem agressões físicas ou psicológicas, gerando prejuízos muitas vezes irreversíveis. Por se apresentar de maneira sutil, as pessoas acabam subestimando essa forma de violência causada, por exemplo, em relações de poder, pré estabelecidas no trabalho, em instituições, relacionamentos ou círculos sociais. Suas consequências vão desde desconforto e sentimento de humilhação por parte da vítima, até mesmo a feminicídios, em casos de extrema violência física.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo da campanha foi de conscientizar e informar o maior número de pessoas a respeito do assédio que, além de enraizado, está ainda muito velado na sociedade. O objetivo de Comunicação da campanha foi, através das peças, gerar repercussão no meio em que fossem divulgadas e, assim, levar o maior número possível de vítimas e testemunhas a denunciarem práticas assediosas. Como objetivo secundário, visou-se aprimorar técnicas de campanha publicitária, através dos produtos criados,como anúncios impressos, digitais e, até mesmo, um VT realizado para TV e internet. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Hoje há diversos alertas para todo tipo de assédio na mídia, como o assédio moral, sexual, processual, psicológico, dentre outros. Todos se tratam basicamente da insistência de alguém para fazer algo contra a vontade de uma pessoa, a humilhando e agredindo. Ultimamente, diversos casos de assédio tem ganhado maior espaço na mídia, mostrando que, apesar de o número de agressões ainda ser muito alto, há um avanço ao promover a exposição e tentar lutar contra esse mal. Casos recentes de assediadores - figuras públicas como cantores, atores e BBB s - tiveram grande repercussão em jornais e programas televisivos, tendo como retorno a insatisfação da população que, consequentemente, exigiu uma retratação por parte dos agressores, além de suas punições. Paradoxalmente, esse mesmo público continua apoiando determinadas atitudes em "troca de pão e circo", ou seja, por achar que a violência ainda é um tipo de entretenimento, o que prova que ainda existe muito trabalho a ser feito. Desde os primórdios, as relações de poder presentes no meio social legitimaram violências diversas. Se muito antigamente pinturas ressaltavam padrões de superioridade masculina, nos últimos tempos diversos produtos da indústria cultural, oferecendo entretenimento massivo, vinham reforçando esteriótipos machistas, misóginos e preconceituosos, naturalizando problemas como o assédio. Muitas novelas, filmes, quadrinhos, músicas e livros insistem em reproduzir esses problemas, principalmente com fins comerciais, enraizando-o ainda mais, tornando-os aceitáveis, causando violências extremas e, ainda assim, naturalizadas. A violência gerada pelo assédio continua sendo sofrida majoritariamente por mulheres. No Brasil, hoje, contabilizam-se 4,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres, número que coloca o país no 5º lugar do ranking de países nesse tipo de crime. Segundo o Mapa da Violência 2015, dos 4.762 assassinatos de mulheres registrados em 2013 no país, 50,3% foram cometidos por familiares, sendo que em 33,2% dos casos, o crime foi praticado pelo parceiro ou ex. Essas quase 5 mil mortes representaram 13 homicídios femininos diários em 2013. Pesquisas governamentais estimam que o serviço telefônico Ligue 180 realizou 749.024 atendimentos em 2015, ano anterior ao concurso. Desse total, 41,09% das ligações referiram-se à prestação de informações; 9,56%, a encaminhamentos para serviços especializados de atendimento à mulher; 38,54%, a encaminhamentos para outros serviços de teleatendimento (190/Polícia Militar, 197/Polícia Civil, Disque 100/SDH). Em comparação a 2014, houve aumento de: 44,74% no número de relatos de violência; 325% de cárcere privado (média de 11,8/dia); 129% de violência sexual (média de 9,53/dia); 151% de tráfico de pessoas (média de 29/mês). Nesse contexto, é de suma importância trazer ao debate questões como o assédio, seja em qual forma de violência que ele se apresente, para que cada vez mais as pessoas percebam o quanto ele é destrutivo para a sociedade e o quanto ele deve ser combatido e punido, para não gerar mais vítimas. Assim, uma campanha de Comunicação bem executada pode contribuir nessa luta, atingindo e informando da maneira correta o público, o fazendo refletir, se posicionar e agir para desnaturalizar o assédio do meio social. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O grupo buscou desenvolver um conceito de campanha para só então, começar o planejamento e a produção das peças. O processo criativo e conceitual foi embasado no movimento artístico do expressionismo, momento em que abordou-se as preocupações e angústias humanas para criticar problemas sociais. Dessa maneira, construções e referências expressionistas marcaram o projeto, chegando-se a frase conceito, ponto de partida da campanha:  Luz para acabar com o silêncio . O objetivo foi unir os sentidos e sentimentos humanos às relações de contrastes expressionistas, como luz e escuro, grito e silêncio, dentre outras. Já não fazia mais sentido o trabalho dos pintores, que tinham como suporte para sua arte, a busca mais fiel e próxima da realidade, como até então era o predominante, pois essas novas técnicas reproduziam as imagens reais de forma rápida e produtiva. Daí a necessidade de pintar não a realidade, mas sim a interpretação do artista. A obra do artista passava a ser um reflexo do seu mundo interior. Os artistas desse movimento defendiam a expressão da idéia como algo real (invisível) e todo o restante representando algo irreal (visível). Como as emoções faziam parte de sentimentos internos, eles acreditavam que a representação destas era o que deveria ser expresso, e representavam através de contrastes, cores representativas e formas distorcidas (abdicando das linhas retas). (GUIGLIOTTI, Gizella. 2012, p.59) Cada peça da campanha teve sua própria abordagem, influenciada pelo seu formato, porém todas tinham o mesmo conceito e objetivo: conscientizar as pessoas de que o assédio é um mal, enraizado na sociedade, extremamente inaceitável. Com isso, as peças convidaram o público-alvo a denunciar assédios que sofreram ou que testemunharam, para assim, combater todas as formas de violência geradas pelo agressor e sofridas pela vítima. Tanto as peças digitais, quanto as de mídia impressa foram compostas por fotografias que simbolizavam a campanha. As fotos foram tiradas em estúdio, em sua maioria com o fundo preto, para concordar com a composição, que sempre trouxe a escuridão como proposta de seriedade, dramaticidade e peso ao tema. Aliada às composições visuais, a parte textual dessas peças se apresentou por meio de títulos e subtítulos, acompanhados de um texto de apoio e por última, da assinatura da campanha. Os títulos exploraram a redação publicitária mais criativa, para atrair o público para ler os textos de apoio, que o informava melhor sobre o tema. A edição das peças teve foco sempre em ressaltar os contrastes das imagens, jogando com a luz e o escuro.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A campanha vencedora contou com realização de diversos produtos e peças de conscientização. Apostando na propaganda proposta pelo grupo, criaram-se as seguintes peças: VT para televisão, anúncio para revista, anúncio para jornal, cartaz A3, banner digital, email marketing e página de Facebook. Todas as peças contaram com a logo do Disque 180, contato para denúncias, acompanhada da assinatura da campanha: Fale, Grite, Denuncie. Dessa forma, além de tomarem consciência e refletissem sobre o tema, o público-alvo também teria o conhecimento da ferramenta necessária para de fato denunciar a violência. PEÇAS DA CAMPANHA Logo de assinatura A logo traz como símbolo, uma lâmpada misturada com um microfone, de forma a unir a proposta das duas vertentes da campanha: dar luz e voz para o tema do assédio. VT para Televisão https://www.youtube.com/watch?v=Y3Zbk1_hcyA Simples e direto, o VT usou o contraste do grito e silêncio para construir sua narrativa, por meio de uma personagem que ao demonstrar seu desconforto por sofrer assédio, grita para dar um basta nessa violência. Essa peça carrega a subjetividade dos sentidos humanos, com ênfase no desconforto da vítima feminina ao sofrer esse mal. O vídeo foi postado no Facebook, em sites de imprensa e veiculou na TV Comunitária de Brasília. Assim como as outras peças, o VT trouxe os contrastes de luz e escuro sobre a personagem, além do silêncio no início e grito, no clímax e desfecho. Anúncio para Revista Anúncio que trouxe contrastes como forma de atrair e conscientizar o público. Desde a sua proposta estética, até a textual, extremos como luz e escuridão, e grito e silêncio foram abordados. A atriz em questão se apresenta pequena, retraída e diminuída, diante de violências que até então, só ela sabe que sofre. Ao ver sua situação, o título convida o público a reconhecer e denunciar casos como este, já que muitas mulheres são silenciadas pela violência, que permanece escondido no escuro. Anúncio para Jornal Anúncio mais direto, apenas textual, informando sobre o tema. Sua simplicidade se deve à mídia em questão, o jornal impresso, onde as pessoas lêem geralmente com pressa, com o principal objetivo de adquirir informação. Banner digital Peça para ser aplicada como capa de páginas e sites na internet. De maneira sutil, no escuro, a violência é retratada imagéticamente, enquanto o texto faz menção ao problema que está escondido naquele escuro, e que pode ser combatido pelas vítimas ou testemunhas, ao denunciar. Cartaz O cartaz reforçou a importância da ação da vítima ou da testemunha de um assédio ao denunciar a violência. A composição da foto e do texto apostou novamente na seriedade e simplicidade para atingir o público. O preto, presente em todas as peças reforça a sensação de vazio, mas ao mesmo tempo peso, que as vítimas de assédio sentem. Página de Facebook Foi criada e impulsionada uma página de Facebook, para difundir mais as peças da campanha para o público-alvo. Criaram-se editorias para manter a página movimentada, com conteúdos interessantes acerca do tema. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O projeto atingiu o objetivo a que se propôs, ao levar a discussão do tema várias vezes em eventos para os alunos da universidade. Ao trazer luz a um tema tão silenciado como o assédio, as pessoas puderam ter uma nova visão sobre esse mal, compreendendo que ele constitui diversas formas de violência, que não podem ser silenciadas nem aceitas na sociedade. Justamente por ser um problema invisibilizado entre o meio social, o assédio precisa ser discutido para que menos vítimas sejam atacadas e mais agressores sejam punidos. Após concluída, a campanha gerou um evento de premiação dentro do Campus I da UCB, além de gerar uma grande repercussão na mídia jornalística do DF. O projeto foi destaque no Correio Braziliense, onde teve matéria no jornal online e no impresso e também na Rede Globo, onde contou com matéria no site do G1 e reportagem no jornal televisivo  Bom Dia DF . Por fim, o sucesso da campanha se projetou em uma matéria no site da própria Universidade Católica de Brasília, destacando a realização dos alunos no projeto. link da matéria no Correio Braziliense: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2016/07/29/interna_cidadesdf,542157/meuultimoassedio-universitarios-criam-plataformas-para-combater-asse.shtml link da matéria na Rede Globo: http://g1.globo.com/distrito-federal/bom-dia-df/videos/t/edicoes/v/veja-como-as-novas-geracoes-se-colocam-diante-da-violencia-e-do-assedio-contra-mulheres/5213760/ </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ARENDT. Hannah. Sobre a Violência. Tradução de André Duarte. 1. ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1994. <br><br>MARTINS, Estevão Chaves. Cultura e Poder. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. <br><br>LA BOÉTIE, Estienne de. Discurso da servidão voluntária= Discours de la servitude volontaire. São Paulo, SP: Martin Claret, 2009. <br><br>DUHIGG, Charles. O Poder do Hábito: Por Que Fazemos o Que Fazemos na Vida e Nos Negócios. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. <br><br>BELLUCCO, Dr. Wagner; BEAR, Dra. Jéssica. Os Jogos de Poder nas Relações Humanas. São Paulo: Pensamento, 2011. <br><br>COSTA, Renata Gomes da; SILVERA, Clara Maria Holanda; MADEIRA, Maria Zelma de Araújo. Relações de gênero e Poder: tecendo caminhos para a desconstrução da subordinação feminina. 2012. 19 f. Universidade Estadual do Ceará, Ceará, 2012. <br><br>BUTLER, Judith; AGUIAR, Renato (Trad). Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. <br><br>ROWBOTHAM, SHEILA. Além dos fragmentos: o feminismo e a construção do socialismo. São Paulo: Brasiliense, 1981. <br><br> </td></tr></table></body></html>