ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO CENTRO-OESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00012</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT08</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Diasporados</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Norberto Liberator Neto (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul); Marcos Paulo da Silva (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">"Diasporados - Uma Reportagem em Quadrinhos sobre Refugiados e Imigrantes" foi o trabalho de conclusão de curso de Norberto Liberator Neto, realizado em 2018 como pré-requisito para graduação em jornalismo na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. O produto é dividido em quatro capítulos, sendo o primeiro deles a introdução e, os três seguintes, as histórias de interlocutores entrevistados para o trabalho: um haitiano, um venezuelano e um sírio. Por meio das experiências contadas pelos refugiados e imigrantes estrangeiros, busca-se relatar realidades envolvidas em um contexto de grande interesse; demonstrar como cada realidade particular ajuda a explicar o todo, ao partir das vivências individuais dos entrevistados para a contextualização geral dentro do tema da migração e da situação sociopolítica de seus respectivos países. O termo "Diasporados", que dá nome ao trabalho, é um neologismo criado a partir da palavra "diáspora", derivada do grego &#948;&#953;&#945;&#963;&#960;&#959;&#961;&#940;, cujo significado literal é "dispersão", e na conotação atual costuma ser definida como deslocamento de um povo para fora de sua terra natal. No título, diz respeito aos entrevistados, que se inserem nos contextos de diásporas contemporâneas, ao considerarmos que há migrações em massa de haitianos, sírios e venezuelanos. O tema do projeto experimental faz-se pertinente na área do jornalismo por ser um fenômeno recente e importante nas esferas econômica, política e cultural do Brasil. Em Mato Grosso do Sul, especificamente, a abordagem do assunto é necessária por ser um dos quatro estados designados pelo governo federal para receber imigrantes venezuelanos em 2018, ao lado de São Paulo, Paraná e Amazonas. De acordo com o relatório anual do Observatório de Migrações Internacionais (Obmigra) publicado em 2018, o número de estrangeiros no estado teve crescimento superior a 20% no período entre 2014 e 2018. O objeto da análise são as vidas das pessoas que migraram do exterior para Campo Grande, desde os motivos que os levaram a sair até suas situações atuais no trabalho, vida social, estudos, relação com familiares, ligação com a cidade e a comunidade e, na questão da alteridade, relatar a forma como cada imigrante interage e vê aqueles que vieram do mesmo país, bem como a maneira como tratam e são tratados pela população local. As escolhas das nacionalidades foram estratégicas e devem-se ao fato de que sírios, haitianos e venezuelanos são grupos em voga nos últimos anos devido a problemáticas locais, respectivamente guerra civil, catástrofe ambiental e crise econômica. Os imigrantes originários desses três países são beneficiários do visto humanitário concedido pelo governo brasileiro a estrangeiros que, mesmo sem status de refugiados, carecem de acolhida por parte do Estado  levando em conta que, pelas normas estabelecidas pelas Nações Unidas na Convenção de Genebra (1951), artigo 1º, é considerado refugiado aquele que se encontra fora de seu país natal por temer perseguição baseada em "raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas". Para refletir o fenômeno recente, busquei interlocutores que migraram ao Brasil há menos de cinco anos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Ao longo da obra, foi trabalhado o relato humanizado, com a narração do repórter como observador participante, a partir de um caráter impressionista proposto por Muniz Sodré e Maria Helena Ferrari (1986), inserido nas histórias contadas pelos interlocutores, buscando evitar o sensacionalismo e os clichês. A pesquisa acadêmica em relação ao tema da migração deu-se principalmente a partir de Bauman (2007), Canclini (2007), Elias (2006), Hall (1997; 2003), Seyferth (2014) e Thomaz (2005). A linguagem dos quadrinhos foi escolhida por ser uma forma de retratar os fatos narrados pelos interlocutores por meio da representação gráfica, ou seja, a partir de ilustrações que buscam reproduzir o que é contado pelas fontes. A linguagem imagética produz maior proximidade para com o leitor, bem como facilita a compreensão do contexto narrado, ao apresentar simulações das cenas contadas. Outro motivo é que o jornalismo em quadrinhos, conhecido como JHQ (sigla utilizada a partir das iniciais "J" de "jornalismo" e "HQ" de "história em quadrinhos") ou JQ (abreviação de "jornalismo em quadrinhos") é uma vertente em expansão e a exploração de suas possibilidades faz-se pertinente. Os referenciais para o produto final são obras realizadas por outros ilustradores-jornalistas, por meio de livros-reportagem. As obras "Palestina: uma nação ocupada" (1994), "Palestina: na Faixa de Gaza" (2003), "Uma história de Sarajevo" (2003) e "Reportagens" (2016), de Joe Sacco; "Maus" (1991), de Art Spiegelman; "O Fotógrafo", de Lemercier, Lefèvre e Guibert (2003-2006); e "Persépolis" (2000-2003), de Marjane Satrapi, foram leituras que despertaram a motivação para formular um projeto que trabalhasse a interface entre jornalismo e arte sequencial. Também houve pesquisa a respeito de produções acadêmicas sobre quadrinhos. Os principais autores trabalhados foram Iuri Barbosa Gomes (2010), Janaína Paula do Espírito Santo (2011) e Vinícius Pedreira (2017). Em relação a autores que realizaram, no âmbito acadêmico, produtos a partir da plataforma do JHQ, foram utilizados como referência os trabalhos de Carolina Ito Messias (2015); Heloísa D'Angelo e Joyce Gomes (2016); e Talles Rodrigues (2013). As entrevistas foram realizadas presencialmente, gravadas com autorização dos interlocutores e, posteriormente, submetidas a processos de transcrição e adaptação ao modelo de roteiro de quadrinhos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A primeira etapa do processo foi a realização das entrevistas com os imigrantes. Para isso, foram escolhidos três, de nacionalidades diferentes. O primeiro entrevistado foi o haitiano Banel Pierre; a segunda entrevista foi com o venezuelano Ezequiel Alemán; a terceira, com o sírio Wasim Aldaly. Já conhecia Banel e o convidei espontaneamente; Ezequiel foi indicado por membros da ONG Fraternidade Sem Fronteiras, entidade que acolhe imigrantes em situação de vulnerabilidade social; Wasim foi escolhido porque eu já havia ido a seu restaurante. Em seguida a cada entrevista, foram realizadas suas respectivas transcrições. Após as transcrições, foram feitos, a partir delas, os roteiros, que são a junção dos pontos considerados mais importantes nas entrevistas, com impressões pessoais e dados sobre os assuntos abordados. Em seguida, as páginas foram ilustradas, com um procedimento padrão: esboço; desenho a lápis; digitalização via scanner; arte-final por meio de software apropriado e mesa digitalizadora; balonização (inserção da narrativa escrita e falas das personagens). Foi estabelecido um ritmo de produção no qual procurei desenhar em média três folhas A4 diariamente e finalizar, todos os dias, uma delas. O processo não foi homogêneo, ou seja, em alguns dias desenhei mais do que três e finalizei mais do que uma; em outros, produzi menos do que a meta diária, mas o importante não era cumpri-la com rigor e sim ter um direcionamento que visasse o fim do trabalho dentro do tempo que havia para realizá-lo. Os softwares utilizados para concluir as páginas foram o Adobe PhotoShop e o MediBang Pro, ambos úteis para a produção de ilustrações e com funções parecidas, com a diferença de que o segundo traz algumas especificidades para a criação de histórias em quadrinhos. A diagramação foi feita no Adobe InDesign no formato livreto, ou seja, as imagens desenhadas em modelos A4 foram compactadas para a metade desse tamanho, um procedimento que facilita o desenho dos menores detalhes. Os balões e caixas de texto obedeceram a padrões escolhidos por mim e pelo professor Marcos Paulo, após chegarmos à conclusão de que deveria haver diferenciação entre minhas falas e a dos entrevistados, já que nas cenas em que não há representação direta do diálogo, poderia haver confusão a respeito de quem fala. Houve várias tentativas de estabelecer essa diferença, como colocar minhas falas em caixa alta e as dos entrevistados em caixa baixa; posteriormente, pensei em balões retangulares para as falas do autor e arredondados para os interlocutores. Após tentativas com resultados que não agradaram, por fim chegamos ao padrão final, de letras brancas com fundo preto para as falas do repórter e letras pretas com fundo branco para os entrevistados. Optei por transcrever as falas dentro das normas da língua portuguesa. A decisão foi pensada junto ao orientador e tomada para evitar o estigma. Banel, que tem como idioma original o francês, fala algumas palavras não oxítonas como se o fossem; Ezequiel, hispanófono, tem dificuldade em pronunciar palavras com til na letra "A", tendendo a falar com o som aberto; Wasim, cuja língua natal é o árabe, confunde os gêneros masculino e feminino nos adjetivos e substantivos. Em "Maus", Spiegelman transcreve as falas de seu pai com os vícios do sotaque. No entanto, o fato de possuir laço familiar direto com o personagem afasta a possibilidade de o autor estigmatizar o interlocutor. Após conversarmos sobre o tema, chegamos à conclusão de que escrever as falas dos três com as respectivas características poderia tornar os relatos risíveis e dar aos personagens uma conotação caricata.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>