ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01580</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT04</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Efervescência social: a alienação religiosa</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Beatriz Halila Morrone (Universidade Positivo); André Tezza Consentino (Universidade Positivo)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Durkheim, Fotografia, Religião, Sociologia, Tabu</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Efervescência social: a alienação religiosa foi produzida durante um Ensaio Sociológico, para a disciplina de Sociologia do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Positivo. A fotografia artística visa representar um dos conceitos e temas estudados pelo sociólogo Émile Durkheim, principalmente no que diz respeito sobre sua obra As Formas Elementares da Vida Religiosa (1912). Assim, a crítica existente na obra se faz presente também na fotografia, demonstrando como os indivíduos possuem uma ampla gama de rituais no universo sagrado, e como a religião pode ser uma representação alucinatória do amor idólatra por uma sociedade real e ideal, defendida por Durkheim em seus estudos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Ciência e Religião são temas amplamente discutidos em escala mundial, sendo uma antítese extremamente conhecida. Assim, a fotografia Efervescência foi produzida com a finalidade de entrelaçar ambos os temas, estudando um aspecto da sociedade sob os olhos do sociólogo Émile Durkheim: o foco escolhido foi a religião. Esse era o propósito do trabalho para a disciplina de Sociologia do curso de Publicidade e Propaganda, denominado  Ensaio Sociológico , do qual a fotografia faz parte. Para Durkheim, os interesses religiosos são apenas uma forma simbólica de demonstrar interesses inerentes à sociedade e à moralidade. Dessa forma, pode-se afirmar que com mudanças no âmbito social, é provável a extensão das mesmas para o sagrado. O sociólogo foi um pensador de renome, e sua ampla análise sobre o tema é o Norte do presente trabalho.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo de  Efervescência é representar a sociedade e os estudos de Émile Durkheim através de uma fotografia artística, parte integrante de um ensaio sociológico de quatro fotos. Para isso, gera-se um certo desconforto em relação a um tema polêmico, que se transforma em questionamentos e reflexões acerca da religião e suas interferências (sejam positivas ou negativas) na sociedade. Segundo Joly (2007, p. 46),  concluir que a leitura da imagem é universal resulta de uma confusão e um desconhecimento ; cada um possui suas próprias referências, e, portanto, suas próprias interpretações possíveis de uma mesma fotografia. Outra intenção do presente trabalho é, por mais que tais diferenças ocorram, tentar transmitir uma mensagem, mesmo que de maneiras distintas. Almeja-se, então, a compreensão do sentimento expressado na hora da captura da imagem.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Por mais que a Igreja tenha sido uma instituição importante ao longo da história, com o passar dos anos tem perdido continuamente sua força e influência sobre as sociedades modernas, em função de diversos fatores, como alterações no pensamento social e no inconsciente coletivo; mesmo assim, sua autoridade em termos sociais continua sendo alta, principalmente em faixas etárias mais elevadas. Para Aron (2003, p. 510), baseado no pensamento de Durkheim,  A sociedade favorece também o surgimento das crenças, porque os indivíduos vivem em comunhão uns com os outros, e, na efervescência da festa, adquirem a capacidade de criar o divino . Aplicando isso nas sociedades modernas, é possível dizer que as mesmas são tocadas pelo delírio sagrado, e a partir disso, novas religiões e deuses são criados: justamente em função da efervescência social, que ocorre em momentos de crises políticas e sociais, nas quais o estado de espírito coletivo encontra-se intensamente e significativamente mais exaltado que o normal. Um exemplo clássico disso, citado por Durkheim em As Formas Elementares da Vida Religiosa é a Revolução Francesa, época em que a agitação da vida coletiva levou setores da sociedade anteriormente laicos, como a Pátria, a Liberdade e a Razão, a sofrerem o fenômeno da conversão sagrada, influenciadas pela opinião pública geral. Faz-se presente também a teoria explicativa de Henri Bergson (apud ARON, 2003, p. 513) cujo pensamento afirma que "O universo é uma máquina de fabricar deuses"; contextualizando isso para Durkheim, segundo Aron, o mesmo afirmaria que as sociedades são máquinas de fabricar deuses. Dessa forma, o presente trabalho justifica-se pela tentativa de levantar a temática da alienação religiosa, convidando os espectadores a uma reflexão profunda sobre os pilares das religiões modernas e como elas modificam os indivíduos que as seguem, adorando cegamente ícones, figuras sagradas e histórias de cunhos religiosos apresentadas por seguidores da fé.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Efervescência é uma fotografia que traz consigo uma crítica social, apresentando um ícone de Jesus Cristo no centro da imagem, com pessoas ajoelhadas confiando suas orações a ele. Feita em modo manual, a foto tem as características técnicas de ISO 1600, em função da iluminação do local; abertura do diafragma F/2.5; e velocidade 1/80s. A câmera utilizada foi uma Canon EOS Rebel T3, e a lente de 50mm 1.8 STM. Além disso, a técnica de focar no segundo plano está presente na fotografia, com o objetivo de mostrar como os seres humanos idolatram um ser representado pelo homem, porém com aspectos teoricamente superiores à humanidade, a qual crê depender do sagrado. O enquadramento da imagem foi propositalmente pensado para deixar a estátua na parte central, de forma a guiar o olhar do espectador para a mesma, observando os outros elementos secundariamente. As três pessoas ajoelhadas, de costas, representam a confiança cega em um objeto sagrado, estando fora de foco para mostrar como tal rendição ao culto relaciona-se ao sentimento de uma coisa superior à própria individualidade. A angulação utilizada foi a contra-plongée (câmera baixa), demonstrando a proeminência do ícone sagrado perante os fiéis, auxiliando também na direção do olhar dentro da fotografia. Por fim, no processo de pós-produção, um filtro preto e branco foi utilizado, com o objetivo de dar mais destaque à composição da foto, não levando em consideração as cores do cenário, localizado no centro de Curitiba, na Igreja da Santa Casa.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Considerando os inúmeros assuntos abordados pelo sociólogo em vida, foi necessário um processo de afunilamento para a escolha do tema principal. Então, com a temática de cada uma das quatro fotos do Ensaio definida, a produção teve seu início nas ruas do Centro de Curitiba. A busca por uma cena que representasse a essência da religião e consequentemente sua divisão do mundo em sagrado e profano foi relativamente rápida, ao entrar na igreja o cenário já estava presente: fiéis ajoelhados, rezando o terço com afinco; iluminação natural de um dia ensolarado e um grande contraste com as sombras. Dessa maneira, o sentimento que buscava se expressar foi atingido na pós-produção, editando a imagem capturada para tons de preto e branco, com o objetivo de aproximar o espectador do simbolismo que desejava-se passar e não distraí-lo com as cores originais. O desconforto gerado pela questão da foto faz-se necessário em uma sociedade tão hodierna, na qual estudos de Durkheim ainda estão atuais e sendo discutidos diariamente. Segundo o mesmo, a sociedade é que desperta nos seres humanos o sentimento de divino, sendo um preceito imposto e uma realidade superior aos próprios indivíduos, gerando respeito, devotos e adoração do sagrado. Juntando isso aos fenômenos de efervescência, tem-se um excelente exemplo de processo psicossocial, do qual as religiões são advindas. O produto final visa demonstrar tais ideias de forma irrequieta, originando a fotografia  Efervescência social: a alienação religiosa .</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Produzir "Efervescência" foi um trabalho que incentivou muito o meu crescimento pessoal e acadêmico, trazendo a tona questionamentos sobre a sociedade e o funcionamento das principais instituições religiosas da atualidade. Mais além, os estudos sobre a sociologia tornaram-se mais dinâmicos e "palpáveis", saindo da teoria e indo para a prática, juntamente com as disciplinas de Fotografia e Computação Gráfica. Durante o trabalho, sentimentos guardados por muito tempo puderam ser expressados de uma maneira totalmente nova para mim, transformando o hobby de fotografar em uma paixão e uma forma de comunicação. A evolução alcançada possibilitou uma aprendizagem diferenciada da experiência de sala de aula e o começo de uma jornada de autoconhecimento, de extrema importância para reflexões mais complexas sobre a sociedade, os indivíduos e a vida como um todo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ARON, Raymond. As Etapas do Pensamento Sociológico. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.<br><br>DURKHEIM, Émile. As Formas Elementares da Vida Religiosa. 1ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996.<br><br>PRÄKEL, David. Fundamentos da Fotografia Criativa. 1ª ed. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2012.<br><br>JOLY, Martine. Introdução à Análise da Imagem. 3ª ed. Lisboa: Edições 70, 2007.<br><br> </td></tr></table></body></html>