ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00243</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Novos olhares sobre a resiliência quilombola</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Matheus Antunes Gusmão (Centro Universitário Tabosa de Almeida); Diogenes José Pereira Barbosa (Centro Universitário Tabosa de Almeida); Laís Milena Silva Henrique (Centro Universitário Tabosa de Almeida); Iale Cibelly Figueira Leite (Centro Universitário Tabosa de Almeida); Pedro Hierro Alves de Espindola (Centro Universitário Tabosa de Almeida); Giovanna Cecília Oliveira Santos (Centro Universitário Tabosa de Almeida); Natalia Rarine Gomes Salvino de Oliveira (Centro Universitário Tabosa de Almeida)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Fotojornalismo, Resiliência, Quilombo, Castainho, Garanhuns</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Considerada uma das comunidades quilombolas mais tradicionais de Pernambuco, Castainho figura como símbolo da resistência à opressão histórica sofrida por um grupo étnico-racial. Apesar de situada na zona rural de Garanhuns, no interior do Estado, tornou-se inevitável o contato dos quilombolas com as pessoas da cidade e os modelos de desenvolvimento socioeconômicos vigentes em diferentes épocas (inclusive na atualidade). Pensando neste movimento de resistência, este trabalho busca representar, através da linguagem fotográfica, o conceito de resiliência  enquanto capacidade do indivíduo de enfrentar, vencer e se fortalecer diante de situações adversas. Como resultado, apresenta-se uma imersão dos estudantes na realidade quilombola, um melhor reconhecimento sobre questões históricas e culturais e um grupo de imagens que pretende contribuir com a discussão sobre a temática.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Quilombo Castainho fica localizado na zona rural do município de Garanhuns, no interior de Pernambuco. É considerado uma das comunidades quilombolas mais tradicionais do Estado (MACHADO, 2009, p. 02), se observados aspectos históricos e de representação social. Logo, mostra-se importante destacar que comunidades quilombolas são grupos étnico-raciais, conforme critérios de autoatribuição, história própria, relações sociais específicas e ancestralidade negra presumida, relacionadas com a resistência à opressão histórica sofrida (BRASIL, 2003). No entanto, a proximidade geográfica da comunidade com a área urbana de Garanhuns, 6 Km  mas não somente ela  garantiu uma histórica relação dos quilombolas com o homem da cidade. Também, com seus costumes, culturas e valores. E, assim, com modelos de desenvolvimento socioeconômico baseados na ocupação territorial e na exploração dos recursos naturais, por exemplo, o que impactou a vida cotidiana, assim como de outros povos e comunidades tradicionais (BRANDÃO, 2010, p. 37; SILVA e CLETO, 2016, p. 10). Considerando estes processos sociais, este trabalho busca referências no conceito de resiliência, enquanto capacidade do indivíduo (ou dos indivíduos) em enfrentar, vencer e se fortalecer diante das situações adversas e, também, se transformar (MELILLO, ESTAMATTI E CUESTAS, 2005, p. 61). E, assim, registrar este processo através da linguagem fotográfica  representando os discursos e as experiências diárias dos moradores da própria comunidade. Observa-se o potencial de registro documental da fotografia, enquanto traço da realidade (KUBRUSLY, 1991; DUBOIS, 1994).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Objetivo Geral do trabalho foi a construção de um grupo de fotografias que representassem o processo de resiliência vivenciado pela comunidade do Castainho. Entre os Objetivos Específicos, aparecem: a identificação de conceitos de resiliência e da forma como eles se manifestam em Castainho; a produção de fotografias com viés jornalístico que registrassem os contextos identificados pelos alunos; a seleção e a indicação de um grupo de imagens que servisse para ilustrar os contextos elencados pelos estudantes.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Inicialmente, é preciso destacar o caráter experimental da proposta. Os estudantes matriculados na disciplina Fotojornalismo, foram conduzidos, a princípio, a um processo de imersão na história e nas características da comunidade. Para tanto, foi realizada uma articulação com a disciplina Comunicação e Cultura, para promoção da I Conferência de Cultura, Identidade e Estética na Imagem, pensada para os discentes participantes da iniciativa, e também para os alunos de maneira geral, possibilitando uma ampla discussão sobre a temática. Na ocasião, pôde-se receber pesquisadores que são considerados referências em relação às investigações sobre os povos ou comunidades tradicionais do Estado, a exemplo de Vânia Rocha Fialho; e, em relação a estética e imagem, Anamaria Sobral Costa. Destaca-se a preocupação (para além da sala de aula) em fundamentar a atuação na produção fotojornalística. O experimentalismo pôde ser materializar ainda durante a visita às comunidades. Os alunos participantes foram estimulados a conversar com lideranças e moradores, identificando costumes e dilemas do dia a dia de Castainho, por exemplo. Prevaleceu a perspectiva de dar voz a um povo que foi calado contra a própria vontade. Com o término das visitas e arquivamento das imagens, a escolha dos elementos de maior destaque foi desenvolvida. O protagonismo dos alunos se fez presente nesta fase, com a meta de desenvolver um senso crítico sobre o material que produziram. Este envolvimento gerou debates sobre a realidade testemunhada, por conta do significado que as imagens ajudavam a construir entre os discentes sobre a comunidade quilombola e os recortes sociais de sua história. Este significado é reflexo de uma motivação presente nos momentos acadêmicos que os alunos levaram para o campo, deixando este envolvimento social mais rico de conteúdo. Por fim, vale destacar de que foi construído um sentimento, entre os estudantes que conhecer Castainho é conhecer um pouco das origens do povo pernambucano. Que através de uma imersão na realidade quilombola, é possível enxergar as marcas de um povo que, até hoje, luta contra o preconceito, para que sua identidade seja não somente conhecida, mas acima de tudo reconhecida. Logo, apresenta-se um novo olhar sobre esta população, através de fotografias que enfatizam as lutas que eles enfrentam todos os dias.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Ofertada no segundo período do curso, a disciplina Fotojornalismo é construída sob a perspectiva de possibilitar: o reconhecimento sobre questões histórico-conceituais da fotografia e, mais especificamente, da fotografia produzida para veículos jornalísticos; sobre questões técnicas, primordiais para o desenvolvimento de imagens; mas, principalmente, pauta-se no protagonismo dos estudantes para o desenvolvimento de linguagens fotográficas (SOUSA, 2002, p. 75) críticas e diferenciadas. Para o desenvolvimento do grupo de imagens de que trata este trabalho, a disciplina dedicou parte da carga horária para que os estudantes pudessem participar ativamente deste processo de identificação das particularidades do contexto a ser fotografado (e até a escolha dele), da definição do conceito que conduziria o registro (neste caso, a resiliência) e dos próprios processos de registro (com autonomia para a escolha de personagens e ambientes, por exemplo). Buscou-se a autorização de todas as pessoas fotografadas  ou dos seus responsáveis, nos casos de crianças ou adolescentes  , antes dos registros começarem a ser feitos. A imersão na comunidade quilombola foi realizada nos dias 18 e 28 de novembro de 2017, das 9h às 16h. Nestas ocasiões, o professor da disciplina, Diogenes José Pereira Barbosa, acompanhou os estudantes com o intuito de fazer o esclarecimento de eventuais dúvidas e o incentivo à exploração das técnicas e configurações abordadas no decorrer do semestre  a exemplo de ISO, diafragma, velocidade do obturador, enquadramento, planos e composição (UNIVERSIDADE DO PORTO, 2008)  , mas não somente a elas. Com vistas, inclusive, a valorização da liberdade de expressão. Neste processo, foram utilizadas câmeras fotográficas do modelo Nikon D5200, no modo manual. Ao fim de cada um dos dias, as imagens foram disponibilizadas para os estudantes. O intuito foi que eles pudessem fazer uma autoavaliação do material produzido, possibilitando o apontamento  a partir dos próprios autores das imagens  de questões a serem melhor exploradas, potencializando a participação de cada um deles no desenvolvimento do grupo de imagens e na própria disciplina. Os colocando como agentes ativos na construção dos conhecimentos. Os estudantes indicaram aquelas imagens que iriam ser submetidas à Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Prêmio Expocom). E que, nos próximos meses, serão lançadas em formato de exposição, na própria comunidade quilombola (como forma de chamar a atenção para as discussões as quais as próprias imagens propõem). Sob o princípio de que no fotojornalismo não deve-se levar para o público representações que não reflitam a realidade (SOUSA, 2002, p. 5; FENAJ, 2017), durante o processo de edição, quando foi utilizado o software Adobe Photoshop  disponibilizado pelo Laboratório de Práticas e Estudos em Jornalismo (Lapej)  , foram mantidas as características originais das imagens.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Foram produzidas 1.276 fotografias. E, assim como descrito no tópico MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADAS, os próprios estudantes conduziram a seleção (sob supervisão do professor da disciplina), para que fossem indicadas 12 imagens para o Prêmio Expocom. Elas registram uma pluralidade de pensamentos e percepções sobre a comunidade quilombola em questão, a medida em que estão presentes produções dos seis alunos envolvidos. Elas registram nuances e características do cotidiano das pessoas que residem e que lutam por sua terra, por seu espaço: Castainho.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O material foi produzido a partir de uma imersão dos estudantes na realidade quilombola, aliando conceitos e técnicas determinantes para a formação acadêmica e profissional. Desde o início, as fotografias foram pensadas a partir de um olhar diferenciado, que pode possibilitar uma reflexão sobre a comunidade/e na sociedade. Ao fim do processo, os estudantes tiveram a oportunidade de registrar as singularidades da comunidade e, sobretudo, desenvolver o senso-crítico e o reconhecimento sobre um povo que influenciou a história e as culturas que os cercam.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BRANDÃO, Juliana Mendanha. Resiliência: de que se trata? O conceito e suas imprecisões. 2009. 137 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/TMCB-7WYN7C/disserta__o__final.pdf?sequence=1>. Acesso em: 05 nov. 2017. <br><br>BRASIL. Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003. Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/d4887.htm>. Acesso em: 19 nov. 2018. <br><br>DUBOIS, Philippe. O ato fotográfico e outros ensaios. São Paulo: Papirus, 1994. <br><br>FENAJ. Federação Nacional dos Jornalistas. Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Vitória, ES, 2007. Disponível em: <http://fenaj.org.br/wp-content/uploads/2014/06/04-codigo_de_etica_dos_jornalistas_brasileiros.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2017. <br><br>GROTBERG, E. H. Introdução: novas tendências em resiliência. In: MELILLO, A.; OJEDA, E. N. S. (Org.). Resiliência: descobrindo as próprias fortalezas. Tradução Valério Campos. Porto Alegre: Artmed, 2005. <br><br>KUBRUSLY, Cláudio. O que é fotografia? São Paulo: Editora Brasiliense, 1991. <br><br>MACHADO, Maria Giseuda de Barros. História e memória na formação de identidades no Castainho: busca de significados aos quilombolas em Garanhuns-PE. In: XXV Simpósio Nacional de História, Fortaleza. Anais Eletrônicos. Disponível em: <http://anais.anpuh.org/wp-content/uploads/mp/pdf/ANPUH.S25.1500.pdf>. Acesso em 15 nov. 2017. <br><br>SILVA, Alex Pizzio da Silva. CLETO, Elaine Aparecida Toricelli. Resiliência e reconhecimento em neocomunidades: o caso da comunidade quilombola Morro de São João (TO). Revista Internacional Interdisciplinar INTERthesis, Florianópolis, v. 13, n. 3, set. 2016. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/interthesis/article/view/1807-1384.2016v13n3p1/32278>. Acesso em: 01 dez. 2017. <br><br>SOUSA, Jorge Pedro. Fotojornalismo: Uma introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. 2002. Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/sousa-jorge-pedro-fotojornalismo.pdf>. Acesso em: 14 dez. 2017. <br><br>UNIVERSIDADE DO PORTO. Manual de Fotografia Digital. Porto, 2008. 45 p. Disponível em: <https://fauufpa.files.wordpress.com/2012/03/manual-de-fotografia-digital.pdf>. Acesso em 19 maio 2018. <br><br> </td></tr></table></body></html>