ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00322</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Crônicas Cantadas</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;valderiza da silva pereira (Universidade federal de Pernambuco); Sheila Borges de Oliveira (Universidade federal de Pernambuco); João Victor Soares da Silva (Universidade federal de Pernambuco); João Gabriel Lourenço da Silva Santos (Universidade federal de Pernambuco); Jéssica Roseni da Silva (Universidade federal de Pernambuco); Caio César da Silva Ferreira (Universidade federal de Pernambuco); Stephannie Lais Batista Santos (Universidade federal de Pernambuco)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Rádio, Gêneros, Cultura popular, Agreste, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto Crônicas Cantadas foi produzido ao longo da disciplina de Oficina de Texto, oferecida no primeiro semestre de 2017, pelo curso de Comunicação Social do Núcleo de Design e Comunicação do Centro Acadêmico do Agreste, campus da Universidade Federal de Pernambuco em Caruaru, principal cidade daquela Região do interior pernambucano. A disciplina teve o objetivo de preparar os alunos para criarem textos para o rádio. Ela foi ministrada, como disciplina eletiva, pela professora Sheila Borges de Oliveira, para que estudantes de diversos períodos do curso elaborassem seus processos criativos com narrativas inovadoras para as mídias sonoras. Foi com essa proposta que um grupo de alunos idealizou, produziu e editou o presente projeto, aproximando o rádio do gênero literário da crônica com um toque regional do ritmo do cordel.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A maioria das rádios do Grande Recife, independentemente do debate sobre o fim da obrigatoriedade da formação superior em jornalismo, não tem uma redação estruturada. As notícias são lidas diretamente de jornais, revistas, releases ou da internet sem a preocupação de adaptá-las para a linguagem radiofônica, como mostra o levantamento de Prata (2011). Hoje, não há nenhuma fonte de referência que atualize os dados apresentados em 2011 do Grande Recife e que vá além, reunindo as informações das rádios comerciais, educativas e também comunitárias que estão operando em Pernambuco, um Estado importante na construção da história e das mudanças deste meio de comunicação no Brasil. É nesse contexto que a disciplina promove uma análise crítica do veículo rádio no Estado e estimula os alunos a produzirem conteúdo com narrativas inovadoras para as mídias sonoras com o objetivo de produzir conteúdo para projetos que criem novos gêneros radiofônicos, como o deste projeto: as Crônicas Cantadas, que envolveram 10 alunos divididos entre as etapas de produção, criação dos textos, gravação das peças, edição do conteúdo e divulgação e veiculação em redes sociais e emissoras de rádio de Caruaru. As crônicas foram veiculadas, inclusive, em uma programação especial da Rádio Globo FM local, no chamado maior jornal junino do mundo, comandado pelo comunicador Mário Flávio, que ficou 12 horas no ar com informações sobre o São João, no dia da festa: 24 de junho de 2017. Na ocasião, os alunos participaram do programa ao vivo, no estúdio da emissora, concedendo entrevista para falar sobre a produção das crônicas. Eles também interagiram com os ouvintes daquela rádio.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Objetivo geral: Desenvolver, na disciplina Oficina de Texto, do curso de Comunicação Social, do Centro Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco, gêneros radiofônicos inovadores com conteúdo para rádio e outras mídias sonoras, contemplando o arcabouço teórico dos gêneros radiofônicos. Objetivos específicos: - Entender como se produz uma peça de rádio, - Desenvolver técnicas de produção de conteúdos para as mídias sonoras a partir de narrativas inovadoras; - Criar gêneros textuais para o rádio com base nos gêneros radiofônicos estudados em sala de aula. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">No jornalismo de uma forma geral, o estilo textual se organiza por meio dos gêneros. A palavra gênero significa ordem. Está relacionada com a nossa necessidade de tentar organizar e classificar as coisas para que possamos entendê-las. Na comunicação, os gêneros formam um sistema de regras que envolvem qualquer processo comunicativo, visando produzir uma mensagem. Por isso, podem ser entendidos como estratégias de comunicabilidade realizadas dentro de um determinado contexto histórico e cultural. Os gêneros são modelos dinâmicos que a gente identifica mesmo sem conhecer as regras acionadas pelos jornalistas para a sua produção e o seu funcionamento. Isso é possível porque eles estão inseridos em nossa memória coletiva e individual. O conceito de gênero tem origem na literatura. Todorov (1978) afirma que um gênero é sempre a transformação de um ou vários gêneros antigos. Já definição clássica de Bakhtin (1992) propõe que gêneros são tipos relativamente estáveis de enunciados que se caracterizam por aspectos relacionados ao conteúdo, à composição estrutural e aos traços linguísticos. O autor lembra que os gêneros são extremamente ligados aos contextos - isto é, suas condições e finalidades - nos quais estão inseridos. Nesta perspectiva, existem duas categorias de gêneros: o primário (formas espontâneas de comunicação - conversa) e o secundário (formas complexas - escrita). A partir do conceito de comunidade discursiva, Bonini (2002) estabelece uma terceira categoria: o terciário que leva em consideração as estratégias de comunicação do jornalismo impresso. O fato pode ser narrado em vários formatos e estilos na mídia. O sistema convencional de categorização de gêneros, entretanto, está no foco do debate por ser considerado insuficiente para acomodar a grande quantidade de variações nos formatos de apresentação dos textos jornalísticos, inclusive com a mistura de formas e a influência dos meios audiovisuais e da cultura digital. Enfim, as fronteiras entre os formatos de apresentação das notícias não estão mais claros. Barbosa Filho (2003) traça uma ampla caracterização dos gêneros sonoros no rádio. 1. Gênero jornalístico: nota, notícia, boletim, reportagem, entrevista, comentário, editorial, crônica, radiojornal, documentário jornalístico, mesa-redonda ou debates, programa policial, programa esportivo, divulgação tecnocientífica. 2. Gênero educativo-cultural: programa instrucional, audiobiografia, documentário educativo-cultural, programa temático. 3. Gênero de entretenimento: programa musical, programação musical, programa ficcional, programete artístico, evento artístico, programa interativo de entretenimento. 4. Gênero publicitário: spot, jingle, testemunhal, peça de promoção. 5. Gênero propagandístico: peça radiofônica de ação pública, programas eleitorais, programa religioso. 6. Gênero de serviço: notas de utilidade pública, programete de serviço, programa de serviço. 7. Gênero especial: programa infantil, programa de variedades. Para Barbosa Filho (2003), os gêneros radiofônicos estão diretamente relacionados à função específica que possuem na programação. Essa função é estrategicamente articulada para agradar a audiência. Isso porque pesquisas apontam que cada horário do rádio (manhã, tarde, noite e madrugada) tem um ouvinte presumível. O público foi formado desde que o veículo foi inventado. Inicialmente, essa grade foi construída a partir de uma rotina doméstica e de trabalho. Depois, foi consolidada para que a memória do ouvinte a identificasse prontamente.Neste projeto, os alunos decidiram fazer um gênero híbrido entre as crônicas do jornalismo, que narram, de forma diferenciada, aspectos do cotidiano das pessoas, e a literatura, no caso específico, a popular e característica do Agreste de Pernambuco: o cordel. Assim, criaram o que intitularam de pílulas radiofônicas do gênero literário de raízes nordestinas para contar histórias reais, de indivíduos naturais da cidade de Caruaru e da região, entrevistados pelos alunos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Ao longo da disciplina, os estudantes tiveram aulas expositivas com atividades práticas relacionadas às etapas de produção e de redação para as mídias sonoras com destaque para o rádio mais tradicional e aquele que tem sido feito para a web, assim como o podcast. Na sequência, eles foram pesquisar como poderiam produzir um projeto inovador para um veículo tão tradicional. Ao conhecerem várias experiências, optaram por criarem de forma autoral as crônicas cantadas. Assim, os alunos puderam compreender na teoria e na prática como o veículo rádio opera para se atualizar e se reinventar em um contexto no qual a tecnologia e a internet provocam muitas mudanças no campo da comunicação. Na etapa de produção, os alunos definiram as pautas e foram entrevistar os personagens que iriam ser os protagonistas das histórias narradas nas crônicas. Depois disso, foram produzir os textos adaptados ao rádio, mas com um tom entre a prosa e a poesia em ritmo de cordel. Enquanto um grupo fazia o texto, o outro criava a trilha musical. O texto foi gravado por um único aluno, que é um poeta conhecido no Agreste de Pernambuco. Quando o texto e a trilha ficaram prontos, o grupo partiu para a etapa da gravação, realizada no estúdio de som do Armazém da Criatividade, equipamento do Porto Digital em Caruaru e parceiro do Centro Acadêmico do Agreste. Também foi lá que se realizou a edição do material finalizado. Todos os alunos acompanharam todas as fases do processo de criação do projeto, que foi apresentado como o resultado final da disciplina. O produto foi veiculado nas redes sociais do curso de Comunicação Social e em rádios tradicionais de Caruaru.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente projeto foi criado por alunos que cursaram a disciplina de Oficina de Texto para o rádio, sob a orientação da professora Sheila Borges de Oliveira. Dentre os diversos gêneros do rádio apresentados em sala, os alunos escolheram a crônica por conter um aspecto literário de verso e prosa. A partir dessa escolha, os alunos fizeram uma pesquisa de campo para encontrar pessoas vivas que participaram ou participam integralmente da história do São João de Caruaru, conhecida como capital do forró. Encontradas as histórias, iniciou-se o processo de transformar todo o material escrito e gravado através de entrevista, em formato de cantoria, movimento artístico nordestino. Cada uma das sete crônicas cantadas tem duração de 2 a 3 minutos. Elas foram projetadas e redimensionadas para roupagem diferente: a do cordel. Assim, os alunos puderam criar histórias, por meio das crônicas, para tratar de características marcantes da festa junina: comidas, danças, músicas, tradições e experiências afetivas. Para a formatação do projeto, foram entrevistados cantores, historiadores, poetas, radialistas, produtores culturais e tantas outras pessoas, famosas e anônimas, que vivenciam a festa mais tradicional de Caruaru. Produção, redação e edição: Valderiza da Silva Pereira, Jéssica Roseni da Silva, João Gabriel Lourenço da Silva Santos e Jonathan Henrique de Oliveira Silva. Gravação, edição, finalização e divulgação: João Victor Soares da Silva e Caio César da Silva Ferreira Trilha musical: Stephannie Lais Batista Santos Locução e dramatização: David Henrique Nunes de Lima SCRIPTS SCRIPT 1  JONATHAN 1 VINHETA TEC: Trilha do som do triângulo ao fundo. Explode e vai a BG LOC/DAVID: CRÔNICAS CANTADAS DO PAÍS DO SÃO JOÃO. TEC: Trilha do som do triângulo ao fundo. Explode e vai a BG SCRIPT CRÔNICA TEC: Vinheta. Explode e vai a BG. LOC/ CAIO OU JOÃO: ESTE É O ESPECIAL DE SÃO JOÃO, PRODUZIDO PELOS ALUNOS DA DISCIPLINA DE OFICINA DE TEXTO, DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA U-F-P-E DE CARUARU. TEC: Vinheta explode e vai a BG LOC/ CAIO OU JOÃO: A CRÔNICA DE HOJE É DE JONATHAN OLIVEIRA, / UM CONTO DE FOGUEIRA, / NARRADO PELO POETA E TAMBÉM ALUNO DAVID HENRIQUE. TEC: Vinheta. Explode e vai a BG. LOC/DAVID: Vou lhe contar, meu amigo Sobre um festejo genuíno Que acontecia todo junho Na terra de Vitalino Foi na rua três de maio Que Caruaru traçou seu destino Existiam seis irmãs modestas Que como forma de sustento Faziam vestido de noiva E ornamentação pra casamento Mas quando chegava São João Era outro o ornamento Enfeitavam toda a rua De cima abaixo, balões e bandeiras Tinha gente de todo canto E artistas cantavam a noite inteira Até o rei do baião Veio conhecer a brincadeira Adélia, Otília, Juracy Laurinda, Eulinda e Marinete São os nomes das irmãs Que criaram tradição no Nordeste Pois foi com a festa da rua 3 de maio Que o forró contagiou a Capital do Agreste TEC: Vinheta. Explode e vai a BG. LOC / CAIO OU JOÃO: ESTE É O ESPECIAL CRÔNICAS CANTADAS DO PAÍS DO SÃO JOÃO, / PRODUZIDO PELOS ALUNOS DA U-F-P-E DE CARUARU. // A TRILHA MUSICAL É DE STEPHANIE BATISTA. TEC: Vinheta. Explode e dissolve.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O resultado final do projeto demonstrou que os alunos conseguiram compreender as estratégias de produção, redação e edição dos gêneros produzidos para o rádio. O que contribui significativamente para formação dos alunos do curso de Comunicação Social do Centro Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco. Com essa experiência, os discentes puderam conhecer as rotinas de produção do rádio e ter a experiência de vivenciar uma produção radiofônica que foi concebida em sala de aula para uma disciplina, mas veiculada em rádios comerciais e educativas de Caruaru. A veiculação e a repercussão das peças mostraram que o produto foi considerado inovador e atraiu a atenção de profissionais do mercado e de ouvintes das emissoras. A partir deste trabalho, as crônicas cantadas passaram a ser um produto que integra o portfólio dos alunos na busca por experiências no mercado de trabalho da comunicação. Elas são referência para o trabalho desenvolvido em uma disciplina que ganha espaço no concorrido mercado de trabalho do campo da comunicação.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARBOSA FILHO, André. Gêneros radiofônicos: os formatos e os programas em áudio. São Paulo: Paulinas, 2003. <br><br>BRECHT, Bertolt. Teoria do rádio (1927  1932). In: MEDITSCH, Eduardo (organizador). Teorias do rádio: textos e contextos. Florianópolis: Insular, 2005.<br><br>BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: _____. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2000.<br><br>BONINI, A. Gêneros textuais e cognição: um estudo sobre a organização cognitiva da identidade dos textos. Florianópolis: Insular, 2002.<br><br>TODOROV, T. Os gêneros do discurso. São Paulo: Martins Fontes, 1978.<br><br>MARANHÃO FILHO, Luiz. Memória do rádio. Recife: Jangada, 2000.<br><br>NAIR, Prata. Panorama do rádio no Brasil. V.1. Florianópolis: Insular, 2011.<br><br> </td></tr></table></body></html>