ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00570</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Impressões</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Rosilene Serafim Carneiro (Universidade Federal do Ceará); Gabriela Ramos de Souza (Universidade Federal do Ceará); ALANA LINS DOS SANTOS (Universidade Federal do Ceará); FRANCISCA CECÍLIA KARINE REBOUÇAS DO NASCIMENTO (Universidade Federal do Ceará); BARBARA BARROSO DOMINGOS (Universidade Federal do Ceará); GABRIELA SANTANA GUIMARÃES VIEIRA (Universidade Federal do Ceará); LUCAS VIANA BRAGA (Universidade Federal do Ceará); PAULO CARDOSO FERREIRA (Universidade Federal do Ceará); THAIS NORÕES NEVES (Universidade Federal do Ceará); SARAH YARINA LIMA CARVALHO GONCALVES (Universidade Federal do Ceará); RAFAEL QUEIROZ BASTOS (Universidade Federal do Ceará); NERICE RACHELL ESTEVES DA SILVA CARIOCA (Universidade Federal do Ceará); LUAN BARBOSA DE CARVALHO (Universidade Federal do Ceará); INGRID MARTINS AGUIAR MAGALHAES PEDROSA (Universidade Federal do Ceará); ANA LUIZA SOARES CARDOSO (Universidade Federal do Ceará); ALINE MEDEIROS MOURÃO (Universidade Federal do Ceará); JULIA IONELE DE SOUSA SOARES (Universidade Federal do Ceará); ISAAC DE OLIVEIRA MOREIRA (Universidade Federal do Ceará); Monique Martins Targino Alves (Universidade Federal do Ceará); MAURICIO XAVIER SILVA (Universidade Federal do Ceará); Lérida Freire Caetano (Universidade Federal do Ceará)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Mulher, jornal-laboratório, jornalismo, feminino, narrativa</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O jornal-laboratório Impressões Mulher propõe a abordagem sobre temas relacionados ao feminino frente partindo de uma abordagem vinculada aos dizeres "bela, recatada e do lar", levantados socialmente após uso em matéria da Revista Veja, em abril de 2016. Partindo da ideia de experimentalismo e vivência da prática jornalística impressa dentro da universidade, o jornal aborda pautas que trazem narrativas noticiosos que abordam os femininos visíveis ou não para a mídia tradicional.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O jornal-laboratório "Impressões Mulher", é um produto fruto das atividades de planejamento, apuração, redação, edição e diagramação, da disciplina destinada aos alunos do sétimo semestre do curso de Jornalismo da Universidade do Ceará. A partir dessa experiência realizada dentro do laboratório, os estudantes têm uma visão para além do conceitual, atingindo a prática da rotina cotidiana das redações de períódicos impressos, seguindo o que diz Lopes (1998). Ao mesmo tempo, a experimentação cria possibilidades de questionar os formatos e temas oferecidos pelas publicações jornalísticas dos veículos tradicionais. Por meio da disciplina, os alunos são instigados a investigar temas sob ângulos que não estejam sendo pautados, utilizando os estilos de narrativa que tiverem maior interesse em aplicar. Isso predispõe liberdade criativa para o discente e formação crítica sobre o próprio trabalho executado. Assim, buscou-se, com esse material, a confecção de um produto fundamentado em apuração jornalistica em temas de interesse público e conduzidos de forma ética pelos futuros profissionais. Nos tópicos adiante, descreveremos os processos, objetivo e bases conceituais que permearam a elaboração do trabalho.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O jornal-laboratório Impressões Mulher busca, por meio da série composta pelas edições Bela, Recatada e Do lar, oferecer ao leitor um material informativo e interpretativo sobre as diversas temáticas que envolvem o feminino, bem como os adjetivos que titulam cada uma das peças. O produto não assume um caráter propriamente feminista, aqui entendido como: [& ] movimento social e político que começou formalmente no final do século XVIII e que pressupõe a tomada de consciência das mulheres como um grupo ou coletivo humano, da opressão, dominação e exploração a que foram e são submetidas por parte do grupo de homens, no seio do patriarcado em suas diversas fases históricas de modelo de produção, o que as move à ação para a liberação de seu sexo, com todas as transformações na sociedade que aquela exige. (SANCHES apud BARBA) O conteúdo não dispensa o discurso do movimento político feminista, mas também não se coloca como um meio essencialmente permeado pela ideologia. O entendimento do feminino parte do pressuposto de construção social do feminino em torno de uma época, localidade e situação social de cada indivíduo, dialogando com o devir feminino de Beauvoir, 1970. Para assegurar tal tratamento com abrangência, o Impressões Mulher, valendo-se do experimentalismo e da aprendizagem, buscou o exercício de gêneros jornalísticos - como a reportagem e a crônica reporteira, sem, no entanto, negligenciar o conteúdo opinativo em narrativas diversas de mulheres sobre situações que envolvem o cotidiano feminino. Além disso, o jornal-laboratório intenta aplicar um design capaz de conferir personalidade à informação gráfica e editorial a partir do uso de elementos visuais, fotografias e ilustrações, favorecendo a compreensão do leitor e respeitando os tons de cada história.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Em 18 de abril de 2016 a Revista Veja lançou, na edição de nº 2474, um perfil da esposa do então vice-presidente Michel Temer. O texto conta um pouco da história e descreve os gostos e costumes de Marcela Temer. A mulher 42 anos mais jovem que o marido que tem preferência por vestidos "até o joelho", luzes loiras "finíssimas" no cabelo, é discreta e prefere ser dona de casa e mãe ao invés atuar como advogada. Escrito por Juliana Linhares, a publicação traz como título os adjetivos "Bela, recatada e do lar", causou alvoroço nas redes sociais, e termina pontuando que Temer é um homem de sorte por ter desposado Marcela. Em um contexto em que Dilma Rousseff, a primeira mulher eleita presidente do Brasil sofria uma série de denúncias e a primeira derrota na câmara dos deputados que a levara, posteriormente ao impeachment, e Michel Temer preparava-se para ocupar interinamente o cargo mais alto do executivo brasileiro (El País, BARCA, 2016), o texto da Veja traz uma espécie de alusão ao tipo de expectativa que cerca o imaginário de um comportamento padrão ideal para a mulher de acordo com a mídia brasileira. Desse modo, o jornal-laboratório foi produzido na perspectiva de trazer esses demais diversos olhares sobre a rotina e as realidades das mulheres. Como que para ampliar a discussão sobre esse e os demais temas que surgiriam após o ocorrido relacionados a recriação da imagem da mulher de acordo com a imprensa. O trabalho renegocia os significados dos "temas-título" abordados em cada edição de acordo com a perspectiva dos próprios estudantes e não foge ao opinativo nem nas narrativas tão pouco no espaço concedido para autocrítica realizada pela Ombdswomen.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Os primeiros encontros da disciplina Jornal Laboratório foram destinados a conversas sobre a metodologia aplicada para a produção do Jornal Impressões. Os estudantes são instigados a buscar propostas de temas globais que possam ser destrinchados e subtemas e assim vinculados a diversas pautas sem perdas na linha editorial. Em data pré-estabelecida, os alunos trazem os temas e subdivisões e submetem a votação para a turma. Depois de eleito o tema, são sugeridas as pautas de cada uma das edições e os alunos que têm interesse em atuar como editores são escalados. Equipes são formadas compostas cada uma com fotógrafo, diagramador e repórter. As aulas passam então a funcionar como espaços para distribuição de tarefas, apuração, redação, diagramação, correção de materiais, divulgação de primeiro espelho do jornal e finalização do produto. Todos os processos de correção e escolhas gráficas e editorias são feitas em coletivo, dando vazão as opiniões do maior número possível de estudantes. As equipes são trocadas para a produção de cada uma das edições, e os alunos circulam entre as funções, possibilitando a experiência da maioria em atividades tanto de apuração, redação e edição gráfica.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Impressões Mulher consiste numa série composta por três edições: Bela, Recatada, Do Lar, as quais versam sobre narrativas de histórias pautadas pela perspectiva feminina. Com o intuito de tornar a publicação temática e seriada, cada exemplar segue um padrão gráfico que marca a identificação com o tema principal e denota a sequência. Os títulos de cada tiragem são utilizados como termos a serem definidos em cada capa, mas isso sob o ponto de vista dos próprios estudantes em laboratório, e não de uma abordagem de dicionário. Na edição Bela, a turma elaborou pautas que repensassem o tema beleza conectado ao feminino, como vaidade, autoestima, idade, saúde, e até as possibilidades de feminilidade para além da identificação biológica de gênero. A capa em listras azuis contesta a cor elencada ao feminino. Na segunda edição, Recatada, em listras vermelhas, as pautas abordadas dizem respeito ao consumo, vestuário, entretenimento, religião, saúde e sexualidade e ainda a relação das mulheres com a criminalidade. A terceira tiragem, titulado como "do lar", abre espaço para questões ligadas a ao trabalho, violência doméstica, ocupação de espaços, maternidade e escolhas de estilo de vida. Cada publicação se inicia com uma resenha,editorial e avaliação da Ombdswomen. Além disso, um índice orienta para as páginas de cada conteúdo. São cinco reportagens por edição, com conteúdo extra em cada uma das propostas, escolhido de acordo com o acordado entre editor, equipe de produção e orientador. Essas sugestões surgem em formato de ensaios fotógráficos, infográficos, ilustrações, de demais recursos sugeridos pela turma.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A interação entre teoria e prática sob orientação e dentro do espaço laboratorial, é importante para a trajetória do estudante como futuro profissional. Eles percebem o produto final da disciplina como a canalização de esforços, autocrítica e senso criativo, que não estão necessariamente vinculados a demandas do mercado formal de jornalismo, o que vai de acordo com Vieira Júnior (2002). O experimentalismo e aprofundamento em temas de interesse da turma, e com abordagens também propostas pelos estudantes abre margem para um escoamento de iniciativas que poderiam não ter vazão nos ambientes formais de trabalho, onde a maioria dos discentes pode já estar inserido em razão das experiências de estágio na profissão. O jornal-laboratório surge, portanto, como proposta essencial para formação crítica e ética desses profissionais que tem na disciplina e nas atividades um meio de elaborar um produto jornalístico que não tem ligação com nenhuma decisão editorial que não seja acatada pela maioria dos próprios colaboradores do jornal.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARBA P. M. -  O que é feminismo? Disponível em: < http://feminismo.org.br/wp-content/uploads/2014/10/O-que-%C3%A9-feminismo_Montserrat-Barba-Pan.pdf />. Acesso em: 23 de maio de 2018.<br><br>BEAUVOIR, Simone.  O Segundo sexo: fatos e mitos . Difusão Europeia do Livro, 1970, 4ª edição. <br><br>EL PAÍS. São Paulo, Brasil [18/04/2016]-. Online. Disponível em: < https://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/12/politica/1460484960_263641.html/ >. Acesso em: 23 de maio de 2018.<br><br>LOPES, D. F. Jornal laboratório: do exercício escolar ao compromisso com o público-leitor. São Paulo: Summus Editorial. 2. ed. 2002.<br><br>VEJA. São Paulo: Grupo Abril, [18/04/2016]-. Semanal. Disponível em: < https://veja.abril.com.br/brasil/marcela-temer-bela-recatada-e-do-lar/ >. Acesso em: 23 de maio de 2018.<br><br>VIEIRA JÚNIOR, A. Uma Pedagogia para o Jornal-Laboratório. 2002. 262 p. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) - Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. <br><br> </td></tr></table></body></html>