ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00363</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Senso Incomum</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Mariana Solis Corrêa (Universidade Federal de Uberlândia); Ivanise Hilbig de Andrade (Universidade Federal de Uberlândia); Vanessa Matos dos Santos (Universidade Federal de Uberlândia); Felipe Gustavo Guimarães Saldanha (Universidade Federal de Uberlândia); Vinícius Guedes Pereira de Souza (Universidade Federal de Uberlândia); Ana Júlia Gotardelo (Universidade Federal de Uberlândia); Bárbara Santa Olalia Fernandes (Universidade Federal de Uberlândia); Cassiana Batista da Cruz Silva (Universidade Federal de Uberlândia); Camila Christina Sales Carneiro (Universidade Federal de Uberlândia); Ana Luiza Pereira Costa (Universidade Federal de Uberlândia); Anatália Amorim Cruz (Universidade Federal de Uberlândia); Gabriela Cardoso Bonatto de Sousa (Universidade Federal de Uberlândia); Guilherme Guedes Dezopa (Universidade Federal de Uberlândia); Juliana Tobias Medeiros de Lima (Universidade Federal de Uberlândia); Eloisa Aparecida Rocha da Silva (Universidade Federal de Uberlândia); Raphaela Augusta Alcântara de Amorim (Universidade Federal de Uberlândia); Mariana Oliveira (Universidade Federal de Uberlândia); Rosangela Gomes Daniel (Universidade Federal de Uberlândia); Giovanna Caldeira Tedeschi (Universidade Federal de Uberlândia); João Pedro Alves Cintra Rabelo (Universidade Federal de Uberlândia); Thaís Degani Angerami (Universidade Federal de Uberlândia)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Experimentalismo, Interdisciplinaridade, Jornalismo Impresso, Senso InComum, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A instantaneidade, a globalização e o advento das mídias digitais transformaram diversas esferas da sociedade, dentre elas o jornalismo e a comunicação. O Senso InComum é um jornal-laboratório impresso, produzido pelos estudantes do 4º período do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia e é estruturado nos fundamentos do jornalismo impresso, em diálogo com as necessidades de adaptação de formato e linguagem que são os atuais desafios de produzir para um público que consome cada vez mais informações nas plataformas digitais. Além disso, o caráter experimental e multidisciplinar deste jornal-laboratório permite aos estudantes experienciar a prática jornalística e a possibilita a vivência da produção de um veículo jornalístico, desde sua concepção até sua distribuição ao público.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Criado em 2010, o jornal-laboratório Senso InComum é produzido pelos alunos do 4º período do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia. O Senso é resultado da interdisciplinaridade das disciplinas Jornalismo Impresso, Projeto Interdisciplinar em Comunicação (PIC) IV, Oficina de Fotografia e Edição em Jornalismo. Este caráter interdisciplinar pretende contemplar as demandas contemporâneas de execução jornalística multiskilled (HASSAN, 2000, p.31) e multifuncional da profissão. A linha editorial do Senso InComum é inteiramente focada no público alvo definido no Projeto Pedagógico do curso de Jornalismo: a comunidade da UFU. A abordagem tem a vida universitária como grande temática principal. Assim, a produção do Senso é fundamentada para ser um jornal escrito por universitários e para universitários. Segundo Silva (2005,p.98), "no que diz respeito especificamente aos valores-notícias, o conceito poderia ser demarcado sistematizando-se aspectos apontados de forma ligeira por vários autores. Chamados também de valores informativos ou fatores de notícia, esse grupo de critérios cerca a noticiabilidade do acontecimento." Desse modo, as editorias e reportagens do jornal-laboratório destacam assuntos gerais tendo a utilidade, importância e interesse para a vida dos discentes como valores-notícia (TRAQUINA, 2008). Outro aspecto abordado neste projeto é a utilização de diversos suportes, formatos e linguagens que expandem as relações entre o jornal e o leitor. A leitura livre das edições, por exemplo, é um recurso implementado no Senso e visa salientar a importância que produtos jornalísticos tenham acessibilidade. Esta adaptação atende aos leitores com deficiência visual que necessitam de um suporte diferenciado. Outros diferenciais também foram inseridos nestas edições do Senso InComum e serão detalhados nos tópicos apropriados. O projeto a ser descrito corresponde ao processo desenvolvido ao longo do 2º semestre de 2017, com a produção das edições 36 a 38.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">São objetivos gerais do Senso InComum a aprendizagem e experimentação orientada, no qual os alunos possam experienciar todas as etapas produtivas do jornalismo impresso (produção, reportagem, fotografia, edição, diagramação), integrando a formação acadêmica com a futura atividade profissional, em conformidade com o Projeto Pedagógico do curso e com as diretrizes e normatizações que regulam a formação profissional ao capacitar estudantes nas rotinas produtivas jornalísticas. Um dos objetivos específicos do jornal é amparar o universitário durante sua graduação, de modo a trazer informações que sejam de seu interesse e, principalmente, de grande utilidade na sua vida estudantil. Com isso, tanto a identidade do jornal e o conteúdo jornalístico foram elaborados com intuito de aproximar-se do público-alvo, por meio de uma interface mais atrativa com matérias de grande relevância aos universitários, em conformidade com as respostas dos estudantes para a pesquisa de público do Senso InComum. Em pesquisa de público realizada pelos estudantes do curso de Jornalismo durante o mês de setembro de 2017, os dados apontaram que os leitores utilizam, majoritariamente, a internet como principal meio de se informar (94,79% dos entrevistados). Com isso, é também objetivo do Senso InComum fazer uma conexão entre o material impresso e o site já existente do jornal. Com o uso do recurso digital, foi possível vincular links como complemento das matérias impressas, além de possibilitar a publicação de matérias exclusivamente digitais, com a finalidade de levar mais conteúdo para o nosso público, divulgar o nome do jornal e para oferecer a oportunidade de todas as matérias elaboradas pela turma de serem veiculadas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Respaldado pela pesquisa de público, analisa-se que o jornal impresso não é um veículo que em geral é consumido pelos estudantes da UFU. Pensando nisso, os estudantes do curso de Jornalismo da UFU consideraramm importante contornar esta pouca atratividade e utilização deste meio em relação aos outros meios de comunicação. A forma que a equipe do Senso InComum se posiciona é por meio de uma abordagem utilitária e interessante das pautas, sem perder a objetividade na linguagem e o cunho jornalístico da publicação. É imprescindível que os estudantes sejam amparados e tenham acesso a informações sem restrições. Em conformidade com essa linha de pensamento, a proposta do Senso InComum é fornecer aos discentes notícias, reportagens e novos conhecimentos, com alta qualidade técnica, bem apuradas e abordadas, as quais levem até os leitores temas gerais que lhe são de interesse, previamente analisados nas pesquisas, e que se aplicassem à vida universitária. O Senso Incomum cumpre então o papel de ser o canal informacional impresso dos estudantes, uma vez que esclarece questões políticas, econômicas e sociais que afetam, direta e indiretamente, o discente, uma vez que, para Noblat (2002, p. 22) "mais do que informações e conhecimentos, o jornal deve transmitir entendimento. Porque é do entendimento que deriva o poder. E em uma democracia, o poder é dos cidadãos". A maior proposta é entender os interesses do público e atendê-los da melhor maneira possível e também abordar assuntos de interesse público de modo que estes temas sejam compreendidos e veiculados com maior receptividade e aproximação à linguagem do universitário. Esta aproximação e humanização na reportagem são consideradas, segundo Pereira Júnior, como forma de "colocar as pessoas no centro do noticiário, aprimorar o estilo e aprofundar a apuração, ter apego a detalhes de cenas, gestos e comportamentos, além de conseguir extrair de cada personagem ou fenômeno o sumo que interessa a história que relatamos" (PEREIRA JÚNIOR, 2010, p. 100) O Senso InComum é, por consequência, um produto marcado pela reflexão, humanização e diferentes angulações, sendo por natureza interpretativo, aprofundado e explicativo, devido à periodicidade bimestral. Assim, por meio de uma estratégia sólida e humanizada, pertinente e compatível com o público do nosso jornal, a produção do Senso contempla as pautas universitárias e hoje é conhecido e reconhecido no espaço acadêmico. O sociólogo Manuel Castells compreende identidade como o processo de construção de significado com base em um atributo cultural, ou ainda um conjunto de atributos culturais inter-relacionados (CASTELLS, 1999, p. 21). O caráter identitário enquanto constituinte dos interesses do público-alvo aproxima, portanto, do desafio de produzir um jornal impresso em diálogo com os atributos culturais vigentes. Em decorrência disso, é necessário que o Senso InComum esteja não somente alicerçado nas práticas e no seu fazer jornalístico, mas no entendimento de que a multimidialidade, o imediatismo da internet e a globalização são fatores a serem ponderados e que influenciam na recepção do público, já fidelizado às mídias digitais. É o que McLuhan defende: "a aceleração e a ruptura são os principais fatores do impacto dos meios sobre as formas sociais existentes. Hoje a aceleração tende a ser total, dando fim ao espaço como fator principal das disposições sociais" (MCLUHAN, 1996, p. 114). A formação do jornalista pressupõe o seu contato com as teorias e técnicas que lhe garantam condições adequadas para exercer, junto à sociedade, a função de coletar, selecionar e apresentar, dentre o conjunto de fatos que compõem a multifacetada realidade, aqueles que são suficientemente relevantes para ganhar visibilidade nos meios de comunicação (WOLF, 2003). Diante desse quadro, o jornal-laboratório é o recurso adotado pelo curso de jornalismo para dar ao aluno a chance de experimentar as rotinas produtivas da profissão.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para a produção das 36ª, 37ª e 38ª edições, norteadores metodológicos foram aplicados em todo o processo. A primeira etapa foi constituída pela reformulação dos projetos editorial e gráfico, por meio de votação das propostas pelos discentes e docentes das disciplinas do 4º período do curso. Neste momento, além do estabelecimento de um novo projeto, foi também realizado como recurso a análise de similares para que os estudantes não só observassem aspectos positivos e negativos em outros jornais-laboratórios e produtos impressos, mas também entrasse em contato com a linguagem, a identidade visual e as abordagens utilizadas nestes exemplares. Com o projeto editorial definido, os alunos partem para a produção. Na disciplina de Jornalismo Impresso a equipe averigou as informações, cabendo aqui a apuração e levantamento prévios, pesquisa bibliográfica e documental, seleção criteriosa de fontes e definição de pautas para redigir os textos. Em todas as edições aconteceram obrigatoriamente reuniões de pauta, uma vez que "o primeiro objetivo de uma pauta é planejar a edição" (LAGE, 2011, p. 35). A pauta, além de ser um planejamento da edição, é um material elaborado para ser um condutor da produção a partir de uma "listagem dos fatos a serem cobertos no noticiário e dos assuntos a serem abordados em reportagens, além de eventuais indicações logísticas e técnicas: ângulo de interesse, dimensão pretendida da matéria, recursos disponíveis para o trabalho, sugestões de fontes, etc." (LAGE, 2011, p. 34). A produção em laboratório englobou as principais funções concernentes ao jornalismo impresso: produtor, repórter, fotógrafo, diagramador e editor. No processo de edição, os editores de uma editoria eram acompanhados por uma dupla de acadêmicos que foram designados editores-chefes. Com a orientação dos quatro docentes, todas estas etapas foram supervisionadas e executadas cumprindo o cronograma de produção de três edições ao longo do semestre letivo. As divisões das tarefas eram rotativas e sorteadas em todas as edições, fator que permitiu que os estudantes vivenciassem cada função e observassem o caráter interdisciplinar e articulado de todo o processo. Todas estas etapas são desenvolvidas no espaço do laboratório de redação jornalística, criando um ambiente dinâmico de trabalho e interação, muito semelhante ao encontrado nas redações jornalísticas. A impressão do jornal é realizada pela gráfica da UFU e financiada com recursos da Faculdade de Educação, resultantes de um acordo entre a Coordenação do Curso de Jornalismo e a Direção da Faculdade. Os alunos acompanharam todo o processo de impressão e, depois, divididos em equipes, distribuíram os 2 mil exemplares de cada edição, totalizando 6 mil para o semestre, em pontos estratégicos dos campi da UFU, além de enviarem exemplares via correio para diretores de unidades, coordenadores de cursos, presidentes de CAs e outras representações estudantis e escolas de ensino médio. A inclusão dos alunos secundaristas como público alvo é uma maneira de já apresentá-los as problemáticas da vida universitária e mantê-los informados à respeito da estrutura da UFU e seus direitos e deveres como futuros graduandos. Com tais tarefas, são cumpridas todas as etapas do processo produtivo do jornalismo, desde a concepção até a distribuição do jornal impresso. Na produção extra-curricular, que ocorre desde o primeiro semestre de 2011, as mesmas etapas são desenvolvidas, sob coordenação editorial de uma discente do curso de Jornalismo, supervisão e produção de dois bolsistas e com colaboração de discentes, docentes e técnicos do curso. Além de impressas, as edições do jornal Senso InComum são publicadas na plataforma digital Issuu e divulgadas na página do jornal no Facebook, com o intuito de possibilitar maior acesso ao material produzido pelo jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da UFU e dialogando com as tendências de multimidialidade e multiplataforma. 4.1 Posicionamento de marca: o jornalismo aliado aos estudos contemporâneos de estratégia e valor social Kapferer (1992, p. 172) afirma que "posicionamento é o ato de relacionar uma faceta de uma marca a um conjunto de expectativas, necessidades e desejos de consumidores". Nesta mesma lógica, Aaker e Joachimsthaler (2000, p. 41) defendem que "o posicionamento da marca pode auxiliar a priorizar a identidade da marca por meio da determinação dos objetivos de comunicação". Compreende-se, então, que os estudos de posicionamento de marca, estratégia e valor social podem agregar não só na produção do jornal Senso InComum, mas ao jornalismo e à comunicação de modo geral. Isto quer dizer que, ainda que o jornal-laboratório seja de distribuição gratuita e sem fins lucrativos, a ressignificação do que é o "Jornal Laboratório Senso InComum" possibilita atribuir valor social a este signo, em um contexto midiático altamente permeado pelo uso de formatos digitais. As diretrizes do posicionamento permitem que refutemos, mesmo que em parte, os pré-conceitos relacionados ao jornalismo impresso e dialoguemos com o leitor do jornal, que deixa de ver aquilo como "simples pedaço de papel com textos escritos" para aquilo que desperta o interesse e tem significado em ser lido. Norteado pelos princípios estratégicos, foi possível reconstruir a imagem do Senso, a partir de uma proposta que foi estudada de maneira metódica e científica e que está altamente engajada com o público leitor. 4.2 Sustentabilidade e inovação: livreto como proposta de reaproveitamento de papel O formato atual do Senso InComum é quadrado, de 30cm x 30cm e as medidas máximas permitidas de impressão pela gráfica da UFU é de 30cm x 40cm. A utilização da margem de sobra de 10cm para a produção de um livreto foi uma inovação previamente discutida para que fosse elaborada e executada. Inspirado nas listas e postagens do site BuzzFeed, esse livreto tem como proposta ser um conteúdo "extra" ao jornal, que cumpriria o papel de descontração ou utilitário em meio aos assuntos mais sérios abordados no produto principal. De acordo com Manzini e Vezzoli (1998, p. 2) o design para sustentabilidade é "uma atividade de design com o objetivo de conectar o que é 'tecnicamente possível' com o que é 'ecologicamente necessário'". Assim, ao conciliar o projeto gráfico ao dever enquanto cidadãos de produzir um material impresso com diretrizes sustentáveis, a utilização do retalho remanescente não só acrescentou ao produto final um suplemento diferenciado com mais um conteúdo, como também suscitou na constatação de que esta utilização é uma proposta inédita, a partir da análise de similares de outros jornais-laboratórios brasileiros. 4.3 Leitura livre: a linguagem inclusiva e a acessibilidade aplicadas ao jornalismo impresso De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada em 2015 e publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 3,6% da população brasileira possui deficiência visual. A PNS considerou casos de cegueira de ambos os olhos, cegueira de um olho e visão reduzida do outro, cegueira de um olho e visão normal do outro e baixa visão de ambos os olhos. Assim, a acessibilidade foi um critério incluído e aplicado nas últimas edições. Esta é uma premissa de caráter urgente, a ser pensada em todas as esferas do jornalismo, não somente no impresso. A adaptação das edições para o formato de áudio foi estruturada por meio de consultas aos acadêmicos da UFU com defiência visual ou visão reduzida para que a versão em áudio fosse elaborada da melhor maneira para este público. Este formato foi disponibilizado na plataforma Soundcloud e divulgado em grupos do aplicativo Whatsapp. Pretende-se também disponibilizar este material em CD para serem entregues nos grupos de deficientes visuais da UFU. Ainda há, de fato, muito a ser feito rumo à ampla acessibilidade no âmbito jornalístico e o Senso InComum se esforça para que mais recursos inclusivos sejam agregados ao projeto.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A periodicidade do jornal-laboratório Senso InComum é bimestral, com tiragem de 2000 exemplares por edição e cada uma possui 12 páginas, sendo a capa e a contracapa colorida e as demais preto e branco. O formato escolhido foi o tabloide, de 30cm x 30 cm, com o objetivo de facilitar o manuseio do jornal impresso e deixá-lo mais atraente, visto que, desse público, uma parcela significativa respondeu que não lê jornal impresso e apontou a praticidade (47,7% das respostas) como maior empecilho. A estrutura editorial do Senso InComum é composta por nove editorias: Da Redação, Cotidiano, Políticas, Especial, Economias, Esportes, Experimentos, Anota Aí e Diversidade. O editorial é redigido pelo editor-chefe na editoria Da Redação, com a temática que este considerar mais relevante. Nesta editoria são escritas, por exemplo, análises gerais do conteúdo publicado naquela edição; opinião do jornal ou do editor acerca de um dos assuntos abordados; o processo e o fazer jornalístico daquela edição; destaques; etc. Nesta página também contém um box de expediente da edição do jornal e links das mídias digitais do Senso. Além disso, um espaço desta página é dedicado para um artigo de opinião redigido por um repórter de cada edição sobre algum tema que julgar relevante no momento. O formato de texto da editoria Cotidiano varia de acordo com a pauta da matéria, que pode ter uma linguagem e estilo mais descontraído ou mais sério, a depender do assunto abordado. Nesta seção assuntos relacionados ao cotidiano dos estudantes, comportamento, polêmicas, listas temáticas e quaisquer outros que tenham relação a ela podem ser publicadas. A editoria Políticas é voltada para matérias de política e políticas públicas que afetem diretamente a vida universitária na UFU. Enfatizamos a importância desta editoria ao trazer, assim como todo o conteúdo do Senso, imprescindivelmente, a pluralidade de vozes e, sobretudo, de posicionamentos, com o intuito de conferir credibilidade à matéria e ao jornal. A matéria de capa ocupa as duas folhas centrais do jornal, na editoria Especial, fator que confere maior destaque em relação às outras matérias. Esta editoria trata de qualquer assunto desde que se adeque às temáticas das editorias definidas. A editoria Economias é ocupada por matérias que envolvam micro e macro economia que afetem diretamente a vida pessoal dos estudantes universitários. A escolha do nome "economias" no plural é um recurso gramatical proposital, escolhido para atribuir uma visão menos engessada do que aquela vista na economia como ciência, mas sim as "economias" presentes em vários aspectos cotidianos. Esportes é uma editoria lograda para matérias sobre esportes e competições que acontecem entre os atletas das Atléticas da UFU e eventos esportivos que envolvem toda a comunidade acadêmica. Entretanto, matérias frias sobre este tema também podem ser veiculadas, exemplos: linha do tempo do esporte na UFU; perfil de atletas, que estejam na UFU ou que tenham se formado nela; maiores competições esportivas que a UFU sediou ou foi vencedora; entre outros. A editoria Experimentos é voltada para projetos científicos tecnológicos e divulgação de pesquisas universitárias, como Iniciação Científica e pesquisas em geral realizadas por alunos e professores da universidade. Também, é nessa editoria que entram as matérias sobre saúde que envolvam ou afetem os estudantes da UFU. Anota aí é uma editoria mais flexível, que traz dicas úteis aos universitários, como receitas de fácil execução e ingredientes baratos, além de uma agenda cultural com eventos fixos que acontecem na UFU. A editoria Diversidade é livre e nela pode conter reportagens fotográficas, infográficos ou matérias ilustradas impressas coloridas na contracapa do jornal. Nesta editoria as fotorreportagens são contempladas, como forma de dialogar com a disciplina Oficina de Fotografia, tão como materiais infográficos que abordam um assunto específico e ilustrações de artistas da universidade. O site do Senso Incomum é utilizado como uma extensão do jornal impresso, publicando neste as matérias que não foram veiculadas no jornal por questões espaciais, ou que não foram impressas em sua íntegra, pelos mesmos motivos. Para a alimentação do site, os editores ficaram responsáveis pela postagem. É importante ressaltar que as características textuais dos meios impresso e digital são respeitadas e sempre mantendo o perfil jornalístico destas versões. "O texto jornalístico, seja em veículo impresso ou eletrônico, deve ser claro, conciso, direto, preciso, simples e objetivo. (...) Algumas regras, porém, devem ser seguidas em cada veículo para que a missão de conquistar o telespectador, ouvinte ou leitor seja alcançada." (BARBEIRO; LIMA, 2013, p.149). Além disso, a página Senso InComum no Facebook é empregada como ferramenta de divulgação do jornal impresso e de seu site. A escolha pela rede social Facebook é devido aos hábitos digitais apontados pelos universitários na pesquisa de público. O Senso InComum também foi distribuído em formato de áudio (leitura livre) em grupos do Whatsapp e no Soundcloud, e as edições em PDF na íntegra na plataforma Issuu. 5.1 Projeto gráfico como recurso de aproximação com o leitor A construção do projeto gráfico de um jornal impresso é uma importante oportunidade de se pensar a relação existente entre a estética e o conteúdo de um veículo. Nesse caso específico, considera-se que a construção do projeto gráfico do Jornal Laboratório Senso Incomum é pautada em uma relação de complementaridade, ou seja, tanto o projeto gráfico quanto o projeto editorial exercem a função se fortalecerem mutuamente. A identidade visual do nome Senso InComum foi reformulada para nortear as novas edições. O logotipo, por exemplo, une o inovador ao minimalista: a fonte sem-serifa Raleway é elegante, leve e equilibrada, fator que permite ressaltar o "IN" do logotipo. A combinação de pesos (weight) da mesma fonte foi metodicamente pensada para contribuiu para a harmonia da marca. A capa é aquela que passa a primeira impressão do veículo. Sendo assim, inserimos nela uma configuração que evidencie o formato e a maneira inovadora de fazer um jornal impresso, que propomos. O logotipo do jornal é disposto de maneira não linear, preenchendo a visão tanto no sentido horizontal, como no vertical e, assim, proporcionando interação com o leitor. O jogo gráfico na capa, com os dizeres formando uma perpendicular, remete à ideia central do nome "incomum" e tem por objetivo instigar o leitor a ler o jornal. A cor azul turquesa foi escolhida por conferir um resultado moderno e jovem, alinhado ao público leitor. Os quadrados que compõem o símbolo "IN" também são um recurso proposital, já que o quadrado vazado, deslocado do outro, reforça esta ideia de "pensar fora da caixa" e propõe uma perspectiva esteticamente inovadora para o jornal, a qual foi bem avaliada pelos leitores na etapa de distribuição.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Considera-se que a produção das 36ª, 37ª e 38ª edições do jornal-laboratório Senso InComum contribuiu para a vivência do jornalismo impresso para os graduandos do 4º semestre do curso de Jornalismo da UFU. O processo metódico e criterioso, supervisionado pelos docentes, possibilitou que todas as funções necessárias para a execução de um jornal impresso fossem viabilizadas. A sensibilidade e a humanização no jornalismo impresso foram imprescindíveis para que não só o produto principal fosse construído, mas que ferramentas, recursos e produtos periféricos fossem aplicados de modo a agregar no Senso InComum enquanto produto plural. Este discernimento foi uma perspectiva motriz do experimentalismo deste projeto, que caminha para preconizar um jornalismo impresso que inspira, além dos critérios jornalísticos primordiais, fundamentos como posicionamento de marca, acessibilidade, planejamento estratégico, humanização, sustentabilidade, valor social agregado e multimidialidade em um jornalismo cada vez mais consciente, multifuncional, cidadão e contemporâneo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">AAKER, David A.; JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000.<br><br>CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. São Paulo: Paz e Terra, 1999.<br><br>HASSAN, Robert.  The space economy of convergence . Convergence: The International Journal of Research into New Media Technologies. Vol. 6: 18-35. Sage, 2000.<br><br>BARBEIRO, Heródoto; LIMA, Paulo Rodolfo de. Manual de Jornalismo Para Rádio, TV e Novas Mídias. Rio de Janeiro: Elservier, 2013.<br><br>IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde, Ciclos de vida: Brasil e grandes regiões. Rio de Janeiro: IBGE, 2015. 92 p. Disponível em <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv94522.pdf>. Acesso em 29 out. 2017.<br><br>LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro: Record, 2011.<br><br>MANZINI, Ezio; VEZZOLI, Carlo. O desenvolvimento de produtos sustentáveis: requisitos ambientais dos produtos. São Paulo: EdUSP, 1998.<br><br>MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem. 8.ed. São Paulo: Cultrix, 1996.<br><br>KAPFERER, Jean-Noël. Strategic Brand Management. 2ª ed. New York: Free Press, 1992.<br><br>KUNSCH, Margarida M. K. Relações públicas comunitárias: a comunicação em uma perspectiva dialógica e transformadora. São Paulo: Summus Editorial, 2007.<br><br>NOBLAT, Ricardo. A arte de fazer um jornal diário. São Paulo: Contexto, 2002.<br><br>PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. A apuração da notícia: Metodos de investigação na imprensa. Petrópolis: Vozes, 2010.<br><br>SILVA, Gislene. Para pensar critérios de noticiabilidade. Estudos em Jornalismo e Mídia. Vol.2, nº 1. UFSC: Santa Catarina, 2005. Disponível em < https://periodicos.ufsc.br/index.php/jornalismo/article/viewFile/2091/1830>. Acesso em 08 abr. 2018.<br><br>TRAQUINA, Nelson. Teorias do Jornalismo: A tribo jornalística uma comunidade interpretativa transnacional, vol. 2. Florianópolis, 2008.<br><br>WOLF, Mauro. Teorias das comunicações de massa. Trad. Karina Jannini. São Paulo: Martins Fontes, 2003. (Coleção Leitura e Crítica)<br><br> </td></tr></table></body></html>